Será o consumo de vinho tão benéfico como se diz?

Será que as crenças populares “um copo de vinho por dia nem sabes o bem que te fazia”, ou “o vinho faz bem ao coração” são realmente verdade? Será que os malefícios não superam “os ditos benefícios”

Um estudo, publicado na revista BMC Public Health, estima que a ingestão de uma garrafa de vinho por semana possa ser responsável pelo cancro de 10 em cada 1000 homens. Para aqueles que bebem até três garrafas de vinho por semana, a quantidade sobe para 19. Os cancros mais prováveis são os gastrointestinais, como colorretal e de estômago.

Um estudo, publicado na revista científica The Lancet, diz que um copo de vinho (ou de outra bebida alcoólica) por dia pode retirar-lhe meia hora de vida.

Os riscos são maiores em função da idade: para uma pessoa de 40 anos beber acima do limite diário recomendado é o mesmo que ser viciado em nicotina, defende um dos cientistas que participou no estudo.

“Ou seja, se uma pessoa de 40 anos beber mais do que quatro unidades por dia – o equivalente a beber três copos de vinho – tem aproximadamente menos dois anos de expectativa de vida, o que representa cerca de 20% da sua vida restante. “É como se cada unidade acima das diretrizes tirasse, em média, cerca de 15 minutos de vida, quase o mesmo [tempo de vida que é retirado por] um cigarro”, explicou o cientista.”

Noutro estudo da Universidade de Washington , os cientistas americanos dividiram o público em dois grupos: os que bebiam e os abstémicos. Notaram, então, que a propensão a problemas (cancro, enfarte, AVC, cirrose, violência doméstica…) aumenta à medida que vai aumentando a quantidade e a frequência do consumo de álcool. O risco de adoecer crescia 0,5% entre quem tomava uma única dose por dia (como uma lata de cerveja ou copo de vinho). Subia para 7% diante de duas doses. E aumentava para 37% na ingestão de cinco.

Como podem ver o consumo excessivo, ou não, de vinho (ou outra bebida alcoólica) pode não só aumentar o risco de cancro, como também aumentar o risco de acidente vascular cerebral, aneurisma, insuficiência cardíaca e morte.

O mais saudável é não beber. Mas se beber, o ideal é não passar de uma ou duas doses por semana

Se quer ser saudável, não beba.

EXERCÍCIO FÍSICO RESISTIDO DURANTE A GRAVIDEZ, SIM OU NÃO?

As diretrizes de exercícios recomendam a incorporação do exercício resistido (ER) num programa regular de treino aeróbico durante a gravidez. O exercício traz inúmeros benefícios para as grávidas: melhora a recuperação do parto, aumenta a função antioxidante, previne diabetes gestacional, reduz a incidência de depressão, reduz dores, melhora circulação, previne e trata diástase, etc. Mas hoje em dia continua ainda a ser um tabu, com o medo que possa fazer mal à mãe e à criança. Aliás, o principal motivo para as grávidas não fazerem exercício durante a gravidez é por acharem que faz mal ao bebé.

Um estudo realizado por Meah et al. (2021) feito a 15 mulheres grávidas e 15 não grávidas, comparou as respostas cardiovasculares nestes dois grupos. Os resultados foram débito cardíaco de repouso, frequência cardíaca e volume sistólico maiores nas grávidas e nenhuma diferença na pressão arterial. Em relação ao exercício não foram encontrados efeitos colaterais em nenhuma grávida, além de não haver qualquer diferença nas alterações entre mulheres grávidas e não grávidas.

Este estudo não só comprova que é seguro fazer exercício físico durante a gravidez, como também aconselha a ser realizado, sem nunca esquecer que o treino para grávidas exige conhecimentos específicos e adaptações específicas de alguns exercícios.

Para tal deve sempre treinar respeitando a individualidade e, de preferência, com a supervisão de um profissional credenciado.

Bons Treinos

O Treino de Força nos Desportos Coletivos

A Força (do ponto de vista fisiológico) é a capacidade que o músculo tem de produzir tensão ao ativar-se. Treino de força (F) adequado é capaz de reduzir as lesões desportivas em um terço e em 50% as lesões de overuse (desgaste).

Os atletas necessitam de:

  • Um desenvolvimento muscular equilibrado para resistir às agressões provocadas essencialmente pela grande repetitividade das ações técnicas.
  • Qualidade na manifestação da força dinâmica.
  • Conservar um rendimento elevado durante todo o jogo.

Para tal podemos usar o treino de força em dois tipos de situações:

  • Para prevenção de lesões através de um treino de força geral ou “complementar”;
  • Específico das necessidades da modalidade, através de um treino de força específico;

Nos desportos coletivos de pavilhão as travagens bruscas e as rápidas mudanças de direção são uma constante no jogo portanto, as acelerações para aumentar a sua eficácia são importantes níveis de FORÇA GERAL E POTÊNCIA.

Alguns Aspetos a ter em conta no treino da FORÇA:

  • Fazer o treino de força em dias diferentes dos de resistência produz um maior incremento da força voluntária das pernas, em comparação com o treino de ambas as capacidades no mesmo dia numa só sessão.
  • O treino simultâneo de força e resistência aeróbica prejudica o ganho de força. Uma injustificada intensificação do trabalho aeróbico interfere com o desenvolvimento da força em mais de 20%, particularmente quando a força é medida a altas velocidades.
  • O treino complementar de Força (fora dos dias de treino) é um elemento de prevenção entre outros. Necessita de uma orientação individualizada e uma coordenação com o departamento de condição física. Deve ser aplicado permanentemente (carreira desportiva, plano anual, ciclo de treino) porque é prioritário.
  • Se querem adaptar o treino de força às necessidades de um desporto específico devem-se focar mais no trabalho de força geral e potÊncia, do que no treino hipertrofia.
  • Recomendo o uso de exercícios básicos isolados quando o objetivo principal é melhorar a ativação muscular e a hipertrofia, após ser atingida a hipertrofia inicial adequada e usar mais os exercícios integrados.
  • Podemos e devemos fazer trabalho de força fora do contexto treino, mas é essencial potencia-la e trabalha-la no treino integrado

O trabalho de força é importante e essencial nos desportos coletivos, seja na prevenção de lesões seja para desenvolver e potenciar capacidades motoras da modalidade em causa, necessita de uma orientação individualizada e uma coordenação com o departamento de condição física. Deve ser aplicado permanentemente (carreira desportiva, plano anual, ciclo de treino) porque é prioritário

A GORDURA VISCERAL será assim tão perigosa?

À medida que as pessoas passam para a meia-idade, a gordura corporal em relação ao peso corporal tende a aumentar – mais nas mulheres do que nos homens. À medida que a nossa cintura aumenta, também aumentam os riscos para a saúde.

A gordura abdominal, ou visceral, é particularmente preocupante porque é mais perigosa e acarreta mais problemas de saúde do que a gordura subcutânea.

A gordura visceral tem sido associada a:

  • Distúrbios metabólicos e aumento do risco de doenças cardiovasculares e diabetes tipo 2.
  • Nas mulheres, também está associado a alguns tipos de cancro: da mama, do cólon e do fígado.
  • A gordura visceral bombeia substâncias químicas do sistema imunológico chamadas citocinas – por exemplo, fator de necrose tumoral e interleucina – 6 – que podem aumentar o risco de doenças cardiovasculares. Acredita-se que esses e outros produtos bioquímicos tenham efeitos deletérios sobre a sensibilidade das células à insulina, pressão arterial e coagulação do sangue.
  • A gordura visceral está diretamente ligada ao colesterol total mais alto e ao colesterol LDL (mau), ao colesterol HDL (bom) mais baixo e à resistência à insulina.

Como se perde a gordura da barriga?

O ponto de partida para controlar o peso, em geral, e combater a gordura abdominal, em particular?

  • Atividade física regular de intensidade moderada – pelo menos 30 minutos por dia (e talvez até 60 minutos por dia) para controlar o peso e perder a gordura da barriga.
  • O treino de força (exercícios com pesos) também pode ajudar a combater a gordura abdominal. Exercícios pontuais, como abdominais, podem contrair os músculos abdominais, mas não atingem a gordura visceral.
  • A dieta também é importante. Preste atenção ao tamanho da porção e reduza os hidratos de carbono, carboidratos simples e opte pelos complexos (frutas, vegetais e grãos inteiros) e a proteína magra em vez dos hidratos simples, como pão branco, massa de grãos refinados e bebidas açucaradas. Substituir as gorduras saturadas e gorduras trans por gorduras poliinsaturadas também pode ajudar.

Não existem tratamentos médicos para reduzir a gordura visceral, as recomendações científicas enfatizam que o estilo de vida, especialmente o exercício físico, é a melhor maneira de combater a gordura visceral.

Nutrição VS Dores Musculares

Parte 3

Saiba qual o mais recente “suplemento” que tem efeito benéfico na redução de dores muscualres

O mais recente destes suplementos é a ”tart cherry”(ginja), um estudo realizado por Jessica Amie Hill, et. Al, (2021), comprovou que a suplementação de ”tart cherry”(ginja) teve um pequeno efeito benéfico na redução da dor muscular e foi observado um efeito benéfico para a recuperação da força muscular, e um pequeno efeito de recuperação no treino de sprint.

Efeitos significativos foram observados para a creatina quinase e fator de necrose tumoral alfa. Esses resultados indicam que o consumo de um suplemento de ”tart cherry”(ginja) pode auxiliar aspetos da recuperação de exercícios extenuantes.

Esta capacidade de recuperação da ”Tart Cherry” (ginja) deve-se à sua capacidade antioxidante derivado do seu elevado teor de antocianinas e flavonóides.

Uma alimentação variada e nutritiva com uma boa ingestão de proteína e eventualmente suplementada com creatina, ómega 3 e vitamina D, pode ser uma boa base para grande parte das pessoas.

Mas lembre-se sempre que o doseamento da carga do treino será sempre o principal fator a ter em conta nessas dores musculares.

Para tal lembre-se que deve sempre treinar respeitando a individualidade e, de preferência, com a supervisão de um profissional credenciado.

E deixo o mesmo conselho em relação à alimentação.

SERÁ QUE A QUANTIDADE DE SONO QUE DORME É SAUDÁVEL?

SERÁ QUE A QUANTIDADE DE SONO QUE DORME É SAUDÁVEL?

O objetivo de uma revisão sistemática realizada por Chaput et al. (2020), que incluiu mais de 4 milhões de pessoas em 30 Países, foi examinar as associações entre o tempo de sono (por exemplo, hora de dormir / acordar, ponto médio do sono), consistência / regularidade do sono (por exemplo, variabilidade intra-individual na duração do sono, jetlag social, catch-up sono) e resultados de saúde em adultos com 18 anos ou mais.

Esta revisão revelou que a duração de sono associada a maiores benefícios foi 7-8 horas diárias e isso foi independente da idade, ou seja, funciona igual para adultos jovens e idosos.

Os dados revelam que dormir uma hora menos que o recomendado aumenta a mortalidade em 6%, enquanto dormir menos de 6 horas por dia causa aumento de 12%. Mas dormir demais também é problemático, com aumentos de 13 a 39% na mortalidade para quem dorme mais de 8 horas diárias. No geral, dormir menos e mais que o recomendado está associado ao aumento de risco de diversos problemas, como é o caso das doenças cardiovasculares (11 e 7%, para dormir pouco e muito, respetivamente), diabetes tipo 2 (9 e 14%), função cognitiva, saúde cerebral (como Alzheimer), quedas, marcadores de risco cardiometabólico e acidentes. Dou destaque, aqui, ao aumento de 38% na incidência de obesidade entre os que dormem menos que 6 horas diárias, enquanto o aumento foi de 8% para os que domem mais que 9 horas. Se você quer emagrecer ou conhece alguém que esteja a tentar , já parou para observar o seu sono?

A revisão conclui que, no geral, o tempo de sono posterior e maior variabilidade do sono estão associados a resultados adversos à saúde. No entanto, a evidência disponível não é capaz de fornecer metas claras a ser alcançadas. Assim, a hora de dormir mais cedo e a regularidade no sono, com horários consistentes para dormir e acordar, são recomendados para promover benefícios à saúde.

Ou seja, durma entre 7 /8 horas, deite-se cedo, seja regular e consistente nos horários de dormir e acordar, pois a sua saúde irá agradecer.

Bons Treinos e Bons Sonhos.