Exercício Físico como Aliado no Combate à Depressão: Evidências Científicas

Um estudo recente, conduzido por Zhao e sua equipa, analisou a relação entre exercício físico e depressão, revelando informações valiosas sobre como a atividade física pode influenciar positivamente a saúde mental.

Evidências apontam para uma forte correlação entre a falta de atividade física (menos de 150 minutos por semana) e o surgimento de sintomas depressivos. O treino aeróbio tem se mostrado especialmente eficaz na redução dos sintomas de depressão. Isso ocorre devido a mecanismos como o aumento de neurotransmissores, a redução do cortisol (hormônio do estresse), o estímulo à proteína BDNF (responsável pela criação de novos neurônios) e a liberação de beta-endorfina, entre outros. Revisões sistemáticas indicam que o treino aeróbio realizado ao longo de 9 semanas, de 3 a 4 vezes por semana, reduziu significativamente o risco de depressão.

A musculação, embora menos estudada, também apresenta efeitos positivos contra a depressão. Protocolos de treino de 40 minutos, de 3 a 4 vezes por semana, demonstraram reduzir os índices de depressão e melhorar a qualidade do sono dos participantes. A redução da inflamação crónica e o aumento da autoestima através da musculação são mecanismos que contribuem para a melhoria do quadro depressivo.

Além disso, estudos comprovam que o exercício exerce uma influência significativa na estrutura cerebral de pacientes com depressão. Ele ativa áreas cerebrais relacionadas, promove adaptações comportamentais, mantém a integridade do hipocampo e do volume da substância branca, melhorando o neuroprocessamento cerebral e retardando a degradação cognitiva.

Portanto, fica evidente que o exercício físico não beneficia apenas a saúde física, mas também desempenha um papel crucial na promoção da saúde mental. Com a crescente compreensão dos mecanismos pelos quais o exercício afeta positivamente a depressão, a inclusão da atividade física como parte integrante das estratégias de tratamento e prevenção dessa condição torna-se ainda mais importante.

Estudo Revela Estratégia Eficaz para Perder Peso

Calorias e Porções Importam mais do que o Jejum

Um recente estudo conduzido pela Associação Americana do Coração trouxe à luz uma perspectiva esclarecedora sobre as estratégias eficazes para perda de peso. Contrariando a tendência popular do jejum intermitente, a pesquisa indica que a abordagem de ingerir menos calorias e porções mais pequenas de alimentos pode ser mais vantajosa para alcançar e manter um peso saudável.

Os resultados do estudo sugerem que o jejum prolongado entre as refeições não está diretamente associado a melhores resultados de perda de peso. Em vez disso, o destaque recai sobre a redução da quantidade de calorias consumidas e a escolha de porções menores de alimentos. Essa abordagem parece ter um impacto positivo na capacidade do corpo de gerenciar o peso.

As descobertas são particularmente relevantes num cenário onde as tendências de dieta muitas vezes focam na restrição de refeições e no espaçamento prolongado entre elas. O estudo desafia essa abordagem, destacando que a qualidade das calorias consumidas e o tamanho das porções são fatores mais determinantes na procura por um peso saudável.

É importante ressalvar que não existe uma abordagem única que se aplique a todos quando se trata de perda de peso. As necessidades e respostas individuais variam, e é essencial considerar a qualidade nutricional dos alimentos, bem como a quantidade, ao planear uma estratégia de perda de peso.

A pesquisa ressalta a necessidade de adotar abordagens realistas e sustentáveis para atingir metas de perda de peso. Evitar extremos, como jejuns prolongados, e focar em escolhas alimentares balanceadas e porções controladas parece ser uma abordagem mais eficaz e saudável.

Em conclusão, o novo estudo da Associação Americana do Coração traz à tona a importância de considerar as calorias e o tamanho das porções ao procurar a perda de peso. Enquanto o jejum prolongado pode não ser a estratégia mais vantajosa, a atenção à qualidade dos alimentos e ao equilíbrio calórico continua a ser a chave para uma abordagem bem-sucedida e sustentável para alcançar um peso saudável.

O Papel da Genética e do Estilo de Vida na Saúde

A crença de que a genética é o fator mais determinante nos nossos sucessos e insucessos foi desafiada por um estudo recente realizado por Kujala et al. (2022). O estudo, conduzido com gêmeos monozigóticos, cuja genética é idêntica, analisou a relação entre os hábitos de atividade física e diversos parâmetros de saúde.

Surpreendentemente, mesmo entre gêmeos idênticos, aqueles que adotaram um estilo de vida mais ativo apresentaram resultados significativamente melhores. Os indivíduos mais ativos exibiram maior capacidade cardiorrespiratória, menor circunferência de cintura, menor percentual de gordura corporal e menos acumulação de gordura visceral e hepática. Além disso, o perfil lipídico no sangue dos participantes mais ativos revelou frações mais saudáveis, com níveis mais elevados de HDL e uma menor relação de ApoB:ApoA.

Esses resultados indicam que, embora a genética tenha um papel importante na nossa saúde, os nossos hábitos de vida também desempenham um papel crucial. A escolha de um estilo de vida ativo e saudável pode influenciar positivamente diversos aspetos da saúde, independentemente da predisposição genética. Portanto, ao invés de culpar a genética, devemo-nos concentrar em adotar hábitos saudáveis que possam influenciar positivamente o nosso bem-estar geral.

 

Como construir Hábitos Duradouros

Será que demora só 21 dias como se diz?

Um estudo de Jane Wardle, da University College de Londres, diz que são necessários cerca de 66 dias para consolidar um hábito. Wardle diz que as pessoas que foram objeto do seu estudo levaram de 18 a 254 dias para criar um novo hábito – 66, na verdade, é a média.

O primeiro passo é identificar o hábito que deseja desenvolver, seja iniciando algo novo ou abandonando um antigo.

O estudo deixa um exemplo de ferramenta para os profissionais de saúde usarem com os clientes para incentivar a formação de hábitos:

  • Decida um objetivo que você gostaria de alcançar para sua saúde.
  • Escolha uma ação simples que o levará ao seu objetivo e que você pode realizar diariamente.
  • Planeie quando e onde você realizará a ação escolhida. Seja consistente: escolha um horário e local que você encontre todos os dias da semana.
  • Cada vez que chegar aquela hora e aquele lugar, realize a ação.
  • Ficará mais fácil com o tempo e, dentro de 10 semanas, você descobrirá se está fazendo isso automaticamente, sem nem mesmo ter que pensar nisso.
  • Parabéns, você criou um hábito saudável!

A chave está em direcionar os hábitos a seu favor, não contra. Para solidificar a mudança, a responsabilidade é fundamental.

Outras dicas que o estudo deixa são:

  • Compartilhar os seus objetivos com outros, nas redes sociais ou pessoalmente, solicitando apoio.
  • E envolver os amigos e familiares, pois dificulta a desistência e oferece inspiração.

A jornada para formar hábitos positivos exige persistência, conscientização e suporte mútuo. Com o tempo e esforço adequados, é possível construir um caminho sólido rumo ao sucesso duradouro.

A transformação de ações em hábitos requer paciência e dedicação.

Diferença entre Emagrecer e Perder Peso: Desvendando os Mitos

No contexto da procura incessante por um corpo saudável e esteticamente atraente, os termos “emagrecer” e “perder peso” são frequentemente utilizados de forma menos correta. No entanto, é crucial compreender que esses conceitos não são sinônimos, e entender as suas diferenças pode ter um impacto significativo em como abordamos os nossos objetivos de saúde e bem-estar.

Perder Peso: Além da Balança

“Perder peso” é frequentemente associado à redução do número exibido na balança. No entanto, essa abordagem simplista não considera a composição corporal. Quando alguém perde peso, pode estar eliminando não apenas gordura, mas também massa muscular e água. Isso pode resultar numa aparência magra, mas não necessariamente saudável.

Emagrecer: Priorizando a Saúde

Por outro lado, “emagrecer” envolve uma abordagem mais abrangente. Trata-se de reduzir a gordura corporal enquanto mantém ou até aumenta a massa muscular. Isso não apenas melhora a estética, mas também promove a saúde. Emagrecer envolve a adoção de hábitos saudáveis, incluindo uma dieta balanceada e a prática regular de atividade física e exercício físico.

Composição Corporal Importa

A diferença entre emagrecer e perder peso reside na composição corporal. Emagrecer concentra-se na redução da gordura corporal, preservando a massa muscular, enquanto perder peso pode resultar em perda de massa magra e hidratação, o que não é saudável a longo prazo.

Definindo Objetivos Realistas

Compreender essa distinção é fundamental para definir objetivos realistas. Focar apenas na perda de peso pode levar a escolhas doentias, como dietas extremas e restrições calóricas excessivas. Em contraste, a abordagem de emagrecimento promove um estilo de vida sustentável, saudável e equilibrado.

O Caminho a Seguir

Ao embarcar numa jornada de saúde e bem-estar, é importante considerar tanto a quantidade quanto a qualidade do peso que está sendo perdido. Em vez de se concentrar exclusivamente nos números da balança, direcione seus esforços para melhorar a composição corporal, construindo músculos e reduzindo a gordura. Consultar profissionais de saúde, como nutricionistas e personal trainers, pode ajudar a elaborar um plano personalizado para atingir os seus objetivos de emagrecimento de maneira saudável e sustentável. Lembre-se de que a verdadeira vitória está na procura de um corpo saudável e forte, e não numa mera procura pelo peso mais baixo.

TREINAR COM PERSONAL TRAINER VS. TREINO SOZINHO

Um Estudo Comparativo de Resultados

A crença convencional de que o treino físico com um personal trainer (PT) pode ser mais eficaz para melhorar a aptidão física relacionada com a saúde do que o treino individual ganha destaque em discussões sobre exercício. No entanto, será que realmente obtemos resultados superiores ao treinar com um PT em comparação com o treino sozinho? Um estudo realizado por Storer, T. W., Dolezal (2014) explorou essa questão, fornecendo insights valiosos.

O estudo envolveu homens com idades entre os 30 e os 44 anos que eram membros de uma ginásio de fitness na Califórnia. Os participantes foram divididos em dois grupos: um grupo exercitou-se com a orientação de um PT, seguindo um programa de treino periodizado não linear (TREINADO, N = 17), enquanto o outro grupo seguiu um treino autodirigido (SELF, N = 17). Ambos os grupos treinaram três dias por semana ao longo de 12 semanas.

Os resultados revelaram diferenças significativas entre os dois grupos. O grupo TREINADO apresentou um aumento médio de 1,3 kg na massa corporal magra, em comparação com nenhuma alteração no grupo SELF. Além disso, o grupo TREINADO teve melhorias notáveis na força muscular numa repetição máxima (1RM), potência nas pernas (salto vertical) e capacidade aeróbica, todas superiores em comparação com o grupo SELF.

Este estudo é notável por demonstrar que num ambiente de ginásio, os participantes que treinam com a orientação de PT’s qualificados, que seguem protocolos de treino baseados em evidências, obtêm melhorias substanciais na massa magra e outras dimensões da aptidão em comparação com aqueles que conduzem o seu próprio treino. Portanto, os resultados sugerem que o treino com um PT pode levar a resultados mais positivos em termos de composição corporal, força muscular e capacidade aeróbica, ressaltando a importância de uma abordagem orientada por profissionais qualificados no campo do fitness.