Musculação como Aliada no Controle do Apetite e da Compulsão Alimentar

O controle do apetite é um desafio para muitas pessoas, sendo frequentemente acompanhado por compulsões alimentares que podem afetar a saúde e a estética. No entanto, estudos recentes ressalvam que a prática da musculação pode ser uma ferramenta valiosa nesse processo.

Liu et al. (2023) investigaram os efeitos de treinos com cargas altas e baixas na redução do apetite, identificando que ambos os tipos de treino contribuem para a diminuição dos níveis de grelina, um hormônio associado ao aumento do apetite, e para o aumento dos níveis de PYY, um peptídeo que reduz o apetite. Resultados semelhantes foram observados em indivíduos obesos por Ataeinosrat et al. (2022), especialmente em treinos intensos, como o treino intervalado ou de circuito.

De forma intrigante, Freitas et al. (2021) apontaram que treinos de todos que englobam todos grupos musculares têm um efeito mais pronunciado na redução do apetite quando comparados aos treinos focados em grupos musculares específicos. Isso pode ser atribuído ao aumento do stress metabólico e central gerado por esses treinos.

Assim, recomenda-se a musculação como uma estratégia para auxiliar no controle do apetite e combater a compulsão alimentar. Para otimizar os resultados, é aconselhável realizar treinos intensos que envolvam vários grupos musculares em uma mesma sessão. Além disso, a alternância entre exercícios de musculação e atividades aeróbicas, como corrida, bicicleta ou corda naval, também pode ser uma abordagem eficaz.

Em resumo, a musculação não apenas contribui para o desenvolvimento muscular, mas também desempenha um papel importante na regulação do apetite e na prevenção de compulsões alimentares. Incorporar treinos intensos e variados pode ser uma estratégia eficaz para promover um controle mais saudável dos hábitos alimentares e alcançar resultados satisfatórios tanto para a saúde quanto para a estética.

FACTO SOBRE A DOR LOMBAR

“80% das pessoas terão dores nas costas ao longo da sua vida “

Em cada dez pessoas, oito terão dores nas costas ao longo da vida, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Na maioria das vezes, essas dores não têm uma causa específica, mas também podem ser provocadas por hérnias discais, estenoses, tendinites, listeses, artrite reumatoide, entre outras doenças.

Crenças inúteis em torno da dor nas costas são abundantes na educação física, desporto, fitness, nas redes sociais, TV, etc. , o que reforça os maus hábitos e estratégias de gestão incorretas. Foi fortemente comprovado que as crenças inúteis levam a níveis maiores de dor, incapacidade, níveis mais baixos de produtividade, uso de opiáceos e excesso de medicação.

Um estudo de O’Sullivan et al 2019 focou-se nos factos e não nos mitos .

É sempre fácil focar nos mitos e por que eles estão errados, o mito é o centro das atenções dando-lhes mais atenção em vez de os dissipar.

Como tal, ficam aqui 10 factos sobre a dor LOMBAR:

  • Dor Lombar não é uma condição médica séria com risco de vida;
  • A maioria dos episódios de dor lombar melhora e a lombalgia não piora à medida que envelhecemos;
  • Uma mentalidade negativa, comportamento de evitar o medo, expectativas de recuperação negativas e comportamentos insatisfatórios de enfrentamento da dor estão mais fortemente associados à dor persistente do que a danos nos tecidos.
  • As radiografias não determinam o prognóstico do episódio atual de lombalgia, a probabilidade de deficiência lombar no futuro e não melhoram os resultados clínicos da lombalgia.
  • O exercício gradual e o movimento em todas as direções são seguros e saudáveis para a coluna.
  • A postura da coluna durante a posição sentada, em pé e ao levantar não prediz lombalgia ou a sua persistência.
  • Um “CORE” fraco não causa lombalgia, e algumas pessoas com lombalgia tendem a sobrecarregar seus músculos abdominais. Embora seja bom manter os músculos do tronco fortes, também é útil relaxá-los quando não forem necessários.
  • O movimento e a carga sobre a coluna são seguros e criam resiliência estrutural quando são classificados.
  • Os surtos de dor estão mais relacionados com mudanças na atividade, stresse e humor do que com danos estruturais.
  • O cuidado eficaz para a dor lombar é relativamente barato e seguro. Inclui: educação, que é centrada no paciente e promove uma mentalidade positiva e treinar as pessoas para otimizar a sua saúde física e mental (como por exemplo participar de atividades físicas e sociais, fazer exercício, ter hábitos de sono saudáveis e manter um peso corporal também saudável e permanecer no seu emprego).

Como podem ver, a dor lombar faz parte da nossa vida e não é nem um risco para a nossa vida nem deve ser um factor limitativo na nossa vida. E o exercício tem um papel fundamental para prevenir e melhorar a dor lombalgica.

Se ainda não faz exercício físico está na altura e lembre-se que deve sempre treinar respeitando a sua individualidade e, de preferência, com a supervisão de um profissional credenciado

Atividade Física pode ser o “remédio” que procuramos

Nos últimos anos, as pesquisas médicas demonstram que boa parte da falta de saúde é causada pela falta de atividade física. Através da consciência e de mais informações a respeito de cuidados para com a saúde que incluem maior movimentação corporal, as pessoas estão mudando seus hábitos de vida.

A “atividade física” não deve ser confundida com “exercício”. Exercício é uma subcategoria da atividade física que é planeada, estruturada, repetitiva e intencional no sentido em que o objetivo é melhorar ou manter um ou mais componentes da aptidão física. A atividade física inclui o exercício, bem como outras atividades que envolvem o movimento corporal e são feitas como parte de jogar, trabalhar, transporte ativo, tarefas domésticas e atividades recreativas.

A aptidão física traz benefícios inegáveis para a saúde de todas as pessoas. Níveis regulares e adequados de atividade física em adultos podem reduzir o risco de hipertensão, doença coronária, acidente vascular cerebral, diabetes, cancro de mama e de cólon, depressão e o risco de quedas, para além de melhorar a saúde óssea e funcional.

Na ausência de exercícios físicos diários, os nossos corpos tornam-se depósitos de tensões acumuladas e, sem canais naturais de saída para essas tensões, os nossos músculos tornam-se fracos e tensos. O ideal é praticar atividade física durante toda a vida mas, independentemente disto, caso não o tenhamos feito durante toda a nossa vida, podemos recuperar uma existência mais saudável e gratificante em qualquer idade.

Atividade Física em Portugal não é preocupante no que respeita à idade adulta, mas nota-se insuficiência nos idosos e torna-se preocupante no que respeita às idades mais jovens.

Factos da atividade física em Portugal :

  • Nos jovens, só os rapazes com 10-11 anos são suficientemente ativos (prática de pelo menos 60 minutos de atividade física de intensidade moderada e vigorosa). As raparigas ficam aquém da prática de 60 minutos de atividade física de intensidade moderada e vigorosa, por dia.
  • Cerca de 80% dos Jovens são insuficientemente ativos, (prevalência aumenta com a idade). Somente 31% dos rapazes e 10% das raparigas são suficientemente ativos.
  • Jovens insuficientemente ativos têm mais de 25% de probabilidade de terem excesso de peso/obesidade. Jovens suficientemente ativos têm 2 vezes mais probabilidade de terem boa aptidão cardiorrespiratória (capacidade de realizar atividade física vigorosa).
  • Nos jovens, 20 minutos por dia de atividade física vigorosa, diminui a probabilidade de excesso de peso/obesidade. Por cada minuto adicional de atividade física vigorosa observa-se uma diminuição de 5% da probabilidade de excesso de peso/obesidade.
  • Nos Homens adultos insuficientemente ativos verifica-se um maior risco de obesidade abdominal.
  • Nos idosos, por cada dez minutos adicionais de atividade física pelo menos moderada, observa-se uma diminuição de 10% do risco de obesidade abdominal.

Mexa-se pela sua saúde. E não se esqueça, nunca é tarde para começar.

Coach João Martins | Algarve, Portugal

Personal Trainer & Welness Coach

Perder peso de forma rápida e drástica não resulta. Saiba porque?

Um estudo publicado no OBESITY realizado por investigafores do National Institutes of Health analisaram os concorrentes da oitava temporada do programa da temporada Biggest Loser Americano. Mediram o seu peso, gordura, metabolismo e hormonas tanto no final das 30 semanas no programa como seis anos depois, em 2015.

Em catorze participantes analisados, treze voltaram a engordar e quatro deles ganharam ainda mais peso do que quando entraram no programa. Segundo este estudo a principal causa é o metabolismo.

Investigadores têm vindo a analisar um fenómeno chamado “adaptação metabólica”. Enquanto perdemos peso a nossa taxa metabólica basal – energia utilizada para o corpo manter as funções básicas quando está em repouso – abranda. Então se o corpo está a gastar menos energia quando está em repouso, necessitamos de consumir menos calorias para manter o nosso peso. Os investigadores ainda não sabem porque é que isto acontece e não afecta toda a gente da mesma maneira.

O estudo do Biggest Loser mostrou que o metabolismo dos concorrentes ficou ainda mais lento. Os seus corpos só estavam a queimar cerca de 500 calorias diárias (o valor de uma refeição) a menos do que aquilo que era esperado do seu peso. E este efeito continuou mesmo quando estavam a voltar a engordar.

Para além do metabolismo, outra causa é a alteração de níveis de leptina no organismo. A leptina é a hormona responsável por regular a fome e por informar o cérebro sobre a quantidade de energia acumulada. Neste estudo, os investigadores notaram uma descida significativa desta hormona no sistema sanguíneo dos participantes. Ou seja, ao perder peso de forma drástica o corpo passa a libertar muito menos leptina e vai começar a ter a informação para aumentar o apetite. No final do programa a maioria dos concorrentes drenaram os níveis desta hormona, deixando-os com fome constantemente. Seis anos depois, só conseguiram recuperar 60% dos níveis que tinham antes do programa.

Ou Seja, perder peso de forma drástica e pouco saudável, interfere no teu organismo de uma forma que não há volta a dar. Ou seja, em vez de perderes peso, aumentas ainda mais o peso, e alteras o teu organismo para pior.

Como eu sempre digo, exercício fisico, estilo de vida saudável e boa alimentação são as melhores opções para perder peso.

Texto de João Martins

Retirado do Artigo da Revista Visão

Alimentação pré e pós exercício.

As exigências nutricionais diferem de acordo com a duração do exercício e intensidade.

Antes de um treino devemos ingerir hidratos de carbono (cerca de 1g por Kg de peso) para “encher” as nossas reservas de energia (glicogénio), combinando com pequenas quantidades de proteína (0.20g de kg peso) para ajudar a proteger os músculos e reduzir a fadiga muscular após o treino. Deve conter poucas quantidades de gordura e fibra pois retardam a digestão, e precisamos de ter a digestão feita para realizar um bom treino.

Exemplo de um snack 1 a 2 horas antes: 1 peça de fruta + 1 iogurte magro, e flocos de cereais integrais.

Exemplo de um snack 30 minutos antes do treino : banana, ou outra peça de fruta.

O que você come após o treino é fundamental para otimizar o processo de recuperação (que basicamente começa na primeira meia hora após o treino) e garantir que o seu corpo tem todos os nutrientes, vitaminas e minerais de que necessita para se recuperar. Após o treino é essencial ingerir proteína para ajudar na construção muscular, é essencial ingerir hidratos de carbono para repor a energia gasta (repor as reservas de glicogénio) e repor os líquidos usados durante o exercício para regular a temperatura corporal, pressão arterial e transporte de nutrientes pelo corpo todo. A proporção de hidratos de carbono/proteína recomendada deve ser de 3:1.

Exemplo de uma alimentação após treino: Leite com cacau, ou aveia e frutas, ou fruta com iogurte

E quando o treino é de manhã cedo o que se deve comer

O pequeno-almoço deve ser tomado na primeira meia hora depois de te levantares. Depois de uma noite de jejum, recarregar o organismo vai acelerar o metabolismo e aumentar o rendimento cognitivo, ou seja, aumentar a concentração e a rapidez de raciocínio.

É essencial fazer uma refeição leve para evitar a quebra glicémica. O ideal é tomar um pequeno-almoço que inclua hidratos de carbono simples, alguma proteína e pouca gordura. Se o treino for um treino mais cardiovascular (corrida, ou treinos com mais de 1 hora) deve optar por hidratos de carbono mais complexos (aveia, cereais integrais, fruta) para irem fornecendo energia durante o treino. Se for um treino de uma hora ou menos deve optar por hidratos de carbono simples (por exemplo fruta). Deve evitar alimentos com muita gordura e fibra, pois como demoram muito tempo a ser digeridos pode sentir-se muito cheio durante o treino

Alguns exemplos: Iogurte e uma banana (ou outra peça de fruta), um iogurte e alguns frutos secos (poucos), uma peça de fruta com alguns frutos secos (poucos).

Lembre-se, o mais importante é comer algo antes de treinar, mesmo que o treino seja muito cedo, para não sentir fraqueza no treino.

Texto de João Martins

Treino cardiovascular antes, depois do treino ou treinos apenas cardio.

Hoje em dia, e cada vez mais, o treino cardio vascular é visto como o parente pobre do exercício. É bom para os “velhotes”, os benefícios são muito poucos, o treino de alta intensidade e os treinos de força é que são bons?

O treino cardio vascular tem muito benefícios, melhora a saúde do coração, melhora o perfil hormonal, melhora a memoria, e reduz a gordura visceral.

Quando é que deve ser feito? O objetivo do seu treino vai ditar quando você deve fazer o seu cardio.

Se o seu principal objetivo é o desenvolvimento da resistência cardiovascular, você deve fazer o seu cardio no início. Para um atleta não profissional, mas para um entusiasta da corrida deve realizar o cardio no início pois os músculos estão frescos e têm mais capacidade. E só depois realizar o treino de força, ou resistência muscular.

Se o seu principal objetivo é aumentar massa muscular é melhor optar pelo treino de força no inicio. Isso permite que os músculos tenham a energia ideal para realizar o treino na capacidade máxima. Se realizar o treino cardio antes, poderá ter menos capacidade de exercer esforços máximos ou sub máximos. Ao realizar o treino cardio (de baixa intensidade, ou intensidade moderada) no final pode ajudar na recuperação, fornecendo aos músculos mais oxigénio e nutrientes, removendo ao mesmo tempo os resíduos musculares acumulados durante ot reino de força.

Se o seu principal objetivo é perder peso é melhor intercalar o treino cardio com os exercícios de força ou resistência muscular. Irá aumentar o gasto calórico, e desgastar mais os músculos aumentando assim o efeito “after burning” (consumo de oxigênio pós-exercício em excesso ou simplesmente, EPOC), aumentando a queima de calorias durante várias horas após o treino.

Se os seus treinos não são projetados para ganhos musculares máximas e capacidade atlética, é uma questão de preferência pessoal se você fazer o treino cardio primeiro ou último.

Bons treinos.

Texto de João Martins