HIIT VS TREINO AEROBIO

Qual o treino que beneficia mais a Saúde: HIIT ou Treino Aeróbio de Intensidade Moderada

Um estudo realizado por Fernando Gripp at, al (2021) em 22 indivíduos, investigou a saúde cardio metabólica de indivíduos com sobrepeso / obesos não treinados, em resposta a 8 semanas de HIIT (treino intervalado de Alta Intensidade) e Treino Aeróbio de Intensidade moderada (MCIT).

O treino de HIIT melhorou oito indicadores de saúde cardiometabólica (VO2max, IMC, gordura corporal, gordura visceral, pressão arterial sistólica, colesterol total, glicose em jejum e triglicerideos – p <0,05) enquanto MICT apenas três (VO2max, IMC e gordura visceral – p <0,05 ). Após 4 semanas sem treino, observou-se que quatro adaptações positivas do HIIT foram afetadas negativamente (VO2max, gordura visceral, pressão arterial sistólica e colesterol total – p <0,05) e três no grupo MICT (VO2max, IMC e gordura visceral, p <0,05).

O estudo concluiu que em oito semanas de HIIT realizadas em ambiente real promoveram um maior número de adaptações positivas na saúde cardiometabólica de indivíduos com sobrepeso / obesidade em comparação ao MICT. A maioria dos efeitos positivos do protocolo HIIT também foi considerada mais duradoura e mantida após a suspensão da corrida intervalada de alta intensidade por 4 semanas. Por outro lado, todos os efeitos positivos dos protocolos MICT foram revertidos após o término dos treinos.

O estudo demonstra que o treino HIIT tem mais benefícios não só durante a sua realização, mas também que os seus efeitos positivos são mais duradouros, quando os treinos são suspensos.

Relembro que deve sempre treinar respeitando a individualidade e, de preferência, com a supervisão de um profissional credenciado. Bons Treinos

FAZER ATIVIDADE FÍSICA FORA DO “GINÁSIO” PODERÁ POTENCIAR OS RESULTADOS DOS SEUS TREINOS?

Será que a atividade física em conjunto com o treino no ginásio irá potenciar ou não os resultados antropométricos e físicos

Vários estudos epidemiológicos sugerem que o comportamento sedentário é um fator de risco independente para mortalidade cardiovascular, mesmo para pessoas que cumpram as diretrizes de atividade física.

Num estudo, Swift et al. (2021), foram avaliar o efeito combinado do treino aeróbico e o aumento da atividade física sem exercício na composição corporal e fatores de risco cardiometabólicos. Neste estudo eles acompanharam 45 pessoas obesas (fator de risco cardiovascular) durante 6 meses. Um grupo fazia 3 a 4 sessões de treino aeróbio na passadeira com supervisão, outro grupo fez o mesmo treino, mas recebia orientações para aumentar a atividade física fora do ginásio, mínimo de 3000 passos por dia, e usaram acelerômetros Fitbit One para registar esse comportamento fora do ginásio. E houve um grupo de controle que não fez nem aeróbio nem atividade física fora do ginásio.

Os resultados foram: o grupo que fez ginásio e atividade física fora do ginásio teve uma redução significativa na circunferência abdominal, no peso, na percentagem de gordura, na capacidade aeróbia no metabolismo da glicose e na redução do colesterol não HDL.

Este estudo conclui que a atividade física em complemento com o treino de ginásio aeróbio representa uma estratégia viável para melhorar a capacidade física e vários indicadores de saúde, entre eles o fator de risco de mortalidade cardiovascular

O meu conselho é, só atividade física fora do ginásio não tem resultados na perda de gordura e peso (como este artigo comprova), por isso, o ideal é fazer treino no ginásio respeitando a individualidade e, de preferência, com a supervisão de um profissional credenciado, e fazer atividade física fora do ginásio para promover ainda mais ganhos ao nível do resultados antropométricos e físico.

Bons treinos

Qual o melhor horário para treinar

Antes de analisarmos os resultados do estudo em causa devemos relembrar que o mais importante é treinar, ou seja, não faça do horário uma desculpa para não treinar, treinar quando puder, será sempre melhor do que não treinar.

O estudo de Chtourou & Souissi (2012) foca-se na performance física após o treino num horário específico do dia.  Neste estudo analisaram os efeitos do ritmo circadiano e verificaram que, no caso das atividades de alta intensidade e curta duração, o desempenho é menor durante a manhã (entre as 6 e as 10 horas) e máximo no período da tarde/noite (entre as 16 e as 20 horas), com as diferenças a situarem-se entre 3 e 21,2%. Em relação a atividades moderadas e de longa duração o estudo não demonstra uma grande alteração, diferenças de VO2Max de 1 a 3,8%.

Por isso, se faz treinos moderados e de longa duração não se preocupe com o horário que treina, pois a influência da hora do dia pouco ou nada influencia. Se faz treinos de alta intensidade e curta duração, de força e/ou potência o horário ideal será no final da tarde, início da noite.

Vou concluir da mesma forma que iniciei o artigo, o mais importante é treinar, mas, caso seja atleta competidor, principalmente, de desportos de grande intensidade e curta duração, poderá ter benefício em treinar no final da tarde, início da noite.

Lembre-se que deve sempre treinar respeitando a individualidade e, de preferência, com a supervisão de um profissional credenciado.

CAMINHAR AJUDA A PERDER PESO ?

Caminhar e/ou andar muito diariamente será suficiente para perder peso e gordura?

Um estudo de A E Hardman teve como objetivo examinar a influência da caminhada rápida na aptidão de resistência e na quantidade e distribuição de gordura corporal em mulheres previamente sedentárias. Vinte e oito mulheres [idade média (SEM): 44,9 (1,5) anos] seguiram o programa de caminhada por 1 ano, enquanto 16 atuaram como controles.

Durante um ano as mulheres percorrem um total de 18km por semana, um total de 936km num ano. Em termos de gasto calórico acumulado ao longo do ano referente aos 936km percorridos, elas gastaram cerca de 44712kcal. Tendo em conta que cada 7700kcal equivale a 1 kg de gordura, em teoria elas deviam ter perdido cerca de 5,8kg de gordura, Será que foi isso que aconteceu?

O que aconteceu foi que as mulheres que faziam as caminhadas aumentaram de 36,1% de gordura para 37,1%, e mantiveram o peso. As mulheres que não fizeram nada (grupo de controlo) aumentaram de 34,9% de gordura para 35,5% e praticamente mantiveram o peso.

Andar durante um ano não fez qualquer diferença no peso e na gordura, é claro que as mulheres que andaram cerca de 18km por semana, de acordo com o estudo, reduziram a frequência cardíaca (para o mesmo esforço, ou seja, mais capacidade aeróbia) e reduziram a concentração de lactato sanguíneo durante a caminhada.

Andar, caminhar (o chamado exercício cardiovascular) traz vários benefícios, como pode analisar neste artigo “Treino Cardiovascular, sim ou não?”, mas não é o exercício físico ideal para quem quer perder gordura e peso.

Lembre-se que deve sempre treinar respeitando a individualidade e, de preferência, com a supervisão de um profissional credenciado.

Bons Treinos

TREINO AERÓBIO EM JEJUM OXIDA MAIS GORDURA?

Este estudo teve como objetivo verificar o efeito do exercício aeróbico realizado em jejum vs. no corpo alimentado, sobre o metabolismo de gorduras e carboidratos em adultos. As conclusões avaliadas foram oxidação de gordura durante o exercício e as concentrações plasmáticas de insulina, glicose e AGNE antes e imediatamente após o exercício;

Concluímos que o exercício aeróbico realizado no estado de jejum induz maior oxidação de gordura do que o exercício realizado no estado alimentado. No entanto, as diferenças médias ponderadas de glicose e concentrações de insulina foram significativamente maiores para o exercício realizado no estado alimentado.

Vamos analisar melhor os dados do estudo em relação à maior oxidação de gordura durante o treino aeróbio em jejum. Os valores em causa são que quem treinou em jejum por cada 1hora e 10 minutos de treino gastam 2.6 gramas de gordura a mais do que aqueles que treinaram alimentando-se antes do treino aeróbio.

Ou seja, se treinarem todos dias 1 hora e 10 minutos durante 365 dias, nem chega a 1kg de gordura por ano a mais do que quem treinou alimentando-se antes. E é treino aerobio de intensidade média (75% da frequência cardiaca máxima).

Logo, é verdade que treinando em jejum vocês oxidam mais gordura, agora não me parece que valha o esforço por 2.6 gramas por dia.

O meu conselho: se gosta de treinar em jejum e se sente bem, faça-o. Mas não deve dizer que é porque “queima mais gordura”.

Lembre-se que deve sempre treinar respeitando a individualidade e, de preferência, com a supervisão de um profissional credenciado.

Outros estudos que pode consultar:

Pre-exercise feeding does not affect endurance cycle exercise but attenuates post-exercise starvation-like response

Body composition changes associated with fasted versus non-fasted aerobic exercise

Treino de Velocidade nos Desportos Coletivos

Várias definições de VELOCIDADE:

  • Velocidade (V) define-se tradicionalmente como a capacidade de executar ações motoras no mais breve tempo possível.
  • Jogador mais rápido será aquele que percebe, pensa e age mais depressa e melhor.
  • Poderíamos definir a Velocidade como a: capacidade da equipa/jogador resolver eficazmente, com elevado ritmo/cadência de intervenção as tarefas/objetivos próprias de cada fase/subfase do jogo.

Nos DC, a V deve entender-se numa perspetiva mais ampla, complexa e multifatorial, dependendo de aspetos organizativos ou táticos, relacionados com o ritmo/cadência que as equipas/jogadores operam para resolver, de forma coordenada, no tempo e no espaço, os problemas resultantes dos diferentes acontecimentos de jogo.

Treino de velocidade para desportos coletivos de pavilhão (por exemplo basquetebol ou futsal) deve focar-se em distâncias curtas, entre dez e quinze metros, com o objetivo de aumentar a potência e diminuir o número de passos para a respetiva distância (Boyle, 2012a; P. G. Weyand et al., 2000).

Aspetos a ter em conta no treino de velocidade

  • Saltos verticais e horizontais, tanto bilaterais como unilaterais, são ótimos meios de aprimorar a aceleração linear (Gonzalo-Skok et al., 2018; Wisloff et al. 2004).
  • Para desenvolver muscularmente a aceleração, exercícios de sobrecarga no sentido horizontal, exigindo ao atleta empurrar o chão para trás, são muito eficientes;
  • Para treinar a aceleração multidirecional, deve-se pensar em como as várias acelerações acontecem dentro do jogo, para que possamos estimular no treino o que será exigido no momento do jogo.

Em termos de periodização, o treino da velocidade varia consoante a faixa etária dos atletas. Entre os 13 e os 17 anos, deve manter-se a velocidade de reação, desenvolver-se o sistema energético, anaeróbio e alático e, gradualmente, implementarem-se programas de fortalecimento muscular. A partir dos 18 anos de idade, os jogadores devem ser capazes de utilizar a sua velocidade geral, apropriadamente, em jogo, desenvolvendo-a através de adaptações específicas conseguidas pelo treino de força (Teodor, 2018).

O treino de velocidade é muito importante em qualquer desporto coletivo (e mesmo individual), tem muitas variáveis a ter em conta e é necessário um bom planeamento para podermos retirar o máximo potencial dos atletas. Como tal, deve sempre treinar respeitando a individualidade e, de preferência, com a supervisão de um profissional credenciado