O Papel da Genética e do Estilo de Vida na Saúde

A crença de que a genética é o fator mais determinante nos nossos sucessos e insucessos foi desafiada por um estudo recente realizado por Kujala et al. (2022). O estudo, conduzido com gêmeos monozigóticos, cuja genética é idêntica, analisou a relação entre os hábitos de atividade física e diversos parâmetros de saúde.

Surpreendentemente, mesmo entre gêmeos idênticos, aqueles que adotaram um estilo de vida mais ativo apresentaram resultados significativamente melhores. Os indivíduos mais ativos exibiram maior capacidade cardiorrespiratória, menor circunferência de cintura, menor percentual de gordura corporal e menos acumulação de gordura visceral e hepática. Além disso, o perfil lipídico no sangue dos participantes mais ativos revelou frações mais saudáveis, com níveis mais elevados de HDL e uma menor relação de ApoB:ApoA.

Esses resultados indicam que, embora a genética tenha um papel importante na nossa saúde, os nossos hábitos de vida também desempenham um papel crucial. A escolha de um estilo de vida ativo e saudável pode influenciar positivamente diversos aspetos da saúde, independentemente da predisposição genética. Portanto, ao invés de culpar a genética, devemo-nos concentrar em adotar hábitos saudáveis que possam influenciar positivamente o nosso bem-estar geral.

 

Como construir Hábitos Duradouros

Será que demora só 21 dias como se diz?

Um estudo de Jane Wardle, da University College de Londres, diz que são necessários cerca de 66 dias para consolidar um hábito. Wardle diz que as pessoas que foram objeto do seu estudo levaram de 18 a 254 dias para criar um novo hábito – 66, na verdade, é a média.

O primeiro passo é identificar o hábito que deseja desenvolver, seja iniciando algo novo ou abandonando um antigo.

O estudo deixa um exemplo de ferramenta para os profissionais de saúde usarem com os clientes para incentivar a formação de hábitos:

  • Decida um objetivo que você gostaria de alcançar para sua saúde.
  • Escolha uma ação simples que o levará ao seu objetivo e que você pode realizar diariamente.
  • Planeie quando e onde você realizará a ação escolhida. Seja consistente: escolha um horário e local que você encontre todos os dias da semana.
  • Cada vez que chegar aquela hora e aquele lugar, realize a ação.
  • Ficará mais fácil com o tempo e, dentro de 10 semanas, você descobrirá se está fazendo isso automaticamente, sem nem mesmo ter que pensar nisso.
  • Parabéns, você criou um hábito saudável!

A chave está em direcionar os hábitos a seu favor, não contra. Para solidificar a mudança, a responsabilidade é fundamental.

Outras dicas que o estudo deixa são:

  • Compartilhar os seus objetivos com outros, nas redes sociais ou pessoalmente, solicitando apoio.
  • E envolver os amigos e familiares, pois dificulta a desistência e oferece inspiração.

A jornada para formar hábitos positivos exige persistência, conscientização e suporte mútuo. Com o tempo e esforço adequados, é possível construir um caminho sólido rumo ao sucesso duradouro.

A transformação de ações em hábitos requer paciência e dedicação.

Diferença entre Emagrecer e Perder Peso: Desvendando os Mitos

No contexto da procura incessante por um corpo saudável e esteticamente atraente, os termos “emagrecer” e “perder peso” são frequentemente utilizados de forma menos correta. No entanto, é crucial compreender que esses conceitos não são sinônimos, e entender as suas diferenças pode ter um impacto significativo em como abordamos os nossos objetivos de saúde e bem-estar.

Perder Peso: Além da Balança

“Perder peso” é frequentemente associado à redução do número exibido na balança. No entanto, essa abordagem simplista não considera a composição corporal. Quando alguém perde peso, pode estar eliminando não apenas gordura, mas também massa muscular e água. Isso pode resultar numa aparência magra, mas não necessariamente saudável.

Emagrecer: Priorizando a Saúde

Por outro lado, “emagrecer” envolve uma abordagem mais abrangente. Trata-se de reduzir a gordura corporal enquanto mantém ou até aumenta a massa muscular. Isso não apenas melhora a estética, mas também promove a saúde. Emagrecer envolve a adoção de hábitos saudáveis, incluindo uma dieta balanceada e a prática regular de atividade física e exercício físico.

Composição Corporal Importa

A diferença entre emagrecer e perder peso reside na composição corporal. Emagrecer concentra-se na redução da gordura corporal, preservando a massa muscular, enquanto perder peso pode resultar em perda de massa magra e hidratação, o que não é saudável a longo prazo.

Definindo Objetivos Realistas

Compreender essa distinção é fundamental para definir objetivos realistas. Focar apenas na perda de peso pode levar a escolhas doentias, como dietas extremas e restrições calóricas excessivas. Em contraste, a abordagem de emagrecimento promove um estilo de vida sustentável, saudável e equilibrado.

O Caminho a Seguir

Ao embarcar numa jornada de saúde e bem-estar, é importante considerar tanto a quantidade quanto a qualidade do peso que está sendo perdido. Em vez de se concentrar exclusivamente nos números da balança, direcione seus esforços para melhorar a composição corporal, construindo músculos e reduzindo a gordura. Consultar profissionais de saúde, como nutricionistas e personal trainers, pode ajudar a elaborar um plano personalizado para atingir os seus objetivos de emagrecimento de maneira saudável e sustentável. Lembre-se de que a verdadeira vitória está na procura de um corpo saudável e forte, e não numa mera procura pelo peso mais baixo.

O ALARMANTE CENÁRIO DO EXCESSO DE PESO E OBESIDADE EM PORTUGAL

O cenário do excesso de peso e obesidade em Portugal é alarmante, refletindo preocupações crescentes com a saúde pública. De acordo com o Relatório da Obesidade da Região Europeia da Organização Mundial da Saúde de 2022, mais de metade da população portuguesa enfrenta desafios relacionados com o peso.

Os números revelam uma realidade inquietante: 57,5% dos portugueses apresentam excesso de peso. A questão é mais premente entre os homens, com 63,1% acima do peso, enquanto 52% das mulheres enfrentam a mesma situação. A obesidade também é um problema crescente, atingindo 20,8% da população total. Essa preocupação é igualmente dividida entre os sexos, com 20,3% dos homens e 21,2% das mulheres vivendo com obesidade.

As crianças não escapam desse quadro, pois os dados revelam que aproximadamente uma em cada três crianças possui excesso de peso ou obesidade. A situação é ainda mais alarmante, com mais de 10% das crianças enfrentando obesidade.

Esses números ressaltam a necessidade urgente de ações efetivas para combater o excesso de peso e a obesidade em Portugal. As implicações para a saúde são amplas e incluem um aumento do risco de doenças crónicas, como diabetes, doenças cardíacas e hipertensão.

É essencial abordar essa questão com abrangência, implementando políticas de saúde pública que promovam a educação sobre nutrição e incentivos para a atividade física. A conscientização é crucial, tanto entre adultos quanto entre as crianças, para construir hábitos de vida saudáveis desde cedo.

Enfrentar o desafio do excesso de peso exige um esforço conjunto de governos, profissionais de saúde, comunidades e indivíduos. Com estratégias eficazes, é possível reverter essa tendência e promover uma população mais saudável e resiliente. Ações enérgicas são necessárias agora para garantir um futuro com menos problemas de saúde relacionados com o excesso de peso e com a obesidade em Portugal.

Celulite o que é? Como Prevenir e Como Reduzir

A celulite é uma inflamação que acontece debaixo da pele e na camada de gordura. As células de gordura alojadas no corpo que não se dispõem uniformemente, mas sim de uma forma desigual, provocam o tal aspeto de casca de laranja e concentram-se mais nas ancas e nas coxas. Apesar de ser mais predominante nas mulheres não é exclusiva e pode surgir também nos homens, embora com uma prevalência menor.

Tem uma origem genética no sentido em que há pessoas com mais predisposição que outras para desenvolver a celulite, independentemente da quantidade da massa gorda que esse corpo tem.

A celulite está relacionada com as hormonas femininas, normalmente, a celulite tem por base uma grande retenção de líquidos, logo tudo o que leva à diminuição da retenção de líquidos é positivo para a diminuição da celulite e para a prevenção do seu aparecimento.

Não existem estratégias nutricionais especificas, mas a perda de gordura de forma generalizada e a tonificação muscular podem melhorar a condição

A prática de atividade física é fundamental porque ajuda a aumentar a massa muscular e a diminuir a gordura ajudando a eliminar líquidos em excesso e estimulando a circulação.

A celulite é muito potenciada pelo:  tabaco, má nutrição (excesso de açucares e gorduras más, consumo de refrigerantes), ingestão de alimentos processados; anticoncecionais hormonais especialmente os que contenham hormonas sintéticas que o nosso organismo não reconhece bem, o que leva a uma deposição de gordura nomeadamente nas ancas e coxas e a uma retenção de líquidos que proporciona a celulite.

Conselhos sobre a celulite: o maior número de hábitos saudáveis que em jovem/adolescente possam ter, podem influenciar de forma positiva o não aparecimento de celulite. É mais dificil retirar celulite, do que sua prevenção, por isso jogue sempre pelo seguro e previna. As pessoas que têm celulite só a têm porque têm tecido gordo, logo se ele diminuir, diminuirá, também, a celulite.

O exercício é essencial porque ajuda a aumentar a massa muscular e a diminuir a gordura ajudando a eliminar líquidos em excesso e estimulando a circulação, logo se ainda não iniciou uma rotina de exercício físico, nunca é tarde, mas lembre-se que deve sempre treinar respeitando a individualidade e, de preferência, com a supervisão de um profissional credenciado.

Pouco tempo para treinar?

Será que com 30m de treino consigo ter resultados significativos?

Num estudo realizado por João Pedro A Naves et al, 2018, foram testados os resultados de treino de cerca de 30m três vezes por semana durante 8 semanas em mulheres jovens saudáveis, utilizando o método High-Intensity Interval Training (HIIT), e o método Sprint Interval Training (SIT). Não houve alteração na dieta das pessoas.

Passadas 8 semanas ambos os grupos (HIIT e SIT), melhoraram nas medidas antropométricas e na aptidão cardiorrespiratórias, tendo no grupo SIT maiores reduções na soma das dobras cutâneas.

Por isso com treinos de 30m por sessão os resultados apareceram mesmo sem alterar a alimentação.

Este estudo comprova que o tempo não deve ser uma desculpa para não treinarmos, importa mais a qualidade do treino do que o tempo de treino.

Se ainda não treina está na altura de começar e deixar as desculpas de lado para tal, deve sempre treinar respeitando a individualidade e, de preferência, com a supervisão de um profissional credenciado.