Praticar mais exercício físico que as guidelines atuais pode reduzir ainda mais o risco de morte

Um estudo, publicado na segunda-feira na revista Circulation da American Heart Association, mostrou que as pessoas que seguiram as diretrizes mínimas para a atividade física moderada (150-300 minutos/semana) ou vigorosa (75 a 150 minutos por semana), a longo termo, reduziram o risco de morte por qualquer causa até 21%. Mas os adultos que fizeram exercício físico duas a quatro vezes mais do que o mínimo recomendado, podem reduzir o risco de mortalidade até 31%.

No estudo, a atividade física moderada foi definida como caminhada, exercício de baixa intensidade, levantamento de pesos e exercícios com peso do corpo. As atividades vigorosas incluíam corrida, jogging, natação, ciclismo e outros exercícios aeróbicos.

Esta descoberta pode reduzir as preocupações em torno do potencial efeito prejudicial da prática de níveis elevados de atividade física observados em vários estudos anteriores” disse Lee um dos investigadores.

Cada vez mais o exercício físico é visto como um ótimo medicamento para a prevenção de doenças, e para reduzir o risco de morte. Seja mais saudável e viva mais.

Se optar por iniciar um programa de exercício físico deve sempre treinar respeitando a individualidade e, de preferência, com a supervisão de um profissional credenciado.

SERÁ QUE A ATIVIDADE E O EXERCÍCIO FÍSICO PODERÃO DIMINUIR O RISCO DE MORTE DE VÁRIAS DOENÇAS?

O cumprimento das diretrizes semanais de exercícios foi associado a menor mortalidade por pneumonia e gripe, mostrou um estudo longitudinal com adultos nos EUA.

As diretrizes do Departamento de Saúde e Serviços Humanos recomendam pelo menos 150 minutos de atividade física moderada por semana, juntamente com dois ou mais treinos de força.

Pessoas que cumpriram as diretrizes de atividade física aeróbica e de fortalecimento muscular tiveram um risco ajustado 48% menor de morte por pneumonia e gripe durante uma média de 9,2 anos de acompanhamento em comparação com aquelas que não cumpriram nenhuma das duas

Os investigadores concluíram que a redução da mortalidade se deve provavelmente ao facto de o exercício estar ligado à melhoria de várias condições de saúde, incluindo uma resposta imunitária reforçada. Afirmando que “a atividade física está associada à menor incidência de diversas comorbidades, incluindo acidente vascular cerebral e doença coronária, que aumentam o risco de mortalidade entre adultos hospitalizados com pneumonia adquirida na comunidade”, escreveram.

Os investigadores também encontraram um benefício na atividade aeróbica em níveis abaixo das recomendações das diretrizes, e um potencial problema nos níveis mais elevados de treino de força, de acordo com as suas descobertas. Como se costuma dizer tudo o que é demais não presta, logo quando for iniciar a prática de exercício físico deve sempre treinar respeitando a individualidade e, de preferência, com a supervisão de um profissional credenciado.

TEM DORES LOMBARES?

Saiba que a prática de musculação pode reduzir até 72% o quadro de dor lombar crônica.

A dor lombar crônica afeta certa de 18% da população mundial. Existem muitas opções de tratamento com exercícios, mas poucas intervenções utilizaram treino de resistência com pesos livres.

Um estudo de Neil Walch (2015) avaliou os efeitos de um protocolo de musculação com pesos livres sobre a dor e a infiltração de gordura na lombar.

Os resultados mostraram uma redução significativa na dor (72%) e redução na infiltração de gordura na região L3L4 e L4L5, além de um aumento de 18% no tempo de isometria durante o teste de resistência de força da musculatura lombar.

Os autores concluíram que a musculação com pesos livres gerou melhorias significativas no quadro de dor lombar crônica e deve ser considerada no tratamento e prevenção dessa patologia.

A altura do dia em que comemos é tão importante quanto o que ingerimos.

Segundo a nutricionista Sara Pereira, devemos fazer as refeições com maior densidade calórica durante o dia (quando ainda há luz solar)

Quando acordamos, devemos fazer a nossa refeição mais completa, o famoso pequeno almoço de rei, pois segundo Sara Pereira “Esta é a altura do dia em que existe uma melhor resposta à glucose e uma maior tolerância hormonal aos hidratos” e onde há também mais facilidade em evitar os picos glicémicos”.

A luz solar ajuda a regular os ritmos biológicos, a libertar hormonas aumentando assim a disponibilidade de nutrientes. Conforme vai anoitecendo as refeições devem-se tornar mais leves, pois segundo Sara Pereira, durante a noite, “há uma dessincronia do ritmo circadiano com a troca do relógio biológico interno, a uma alteração na sensibilidade à insulina para pior, ao aumento do risco de doenças metabólicas e ao risco de maior acumulação de massa corporal gorda”.

Para a nutricionista Ana Bravo “deve-se reservar as refeições principalmente para horários em que há luz solar e fazer refeições mais leves ou pequenas a partir do momento em que anoitece”. É importante comer várias vezes ao dia, mas é igualmente importante garantir as pausas alimentares entre as refeições”.

Em resumo: o nosso corpo está mais propenso a refeições mais calóricas durante o dia e a comidas mais leves à medida que vai anoitecendo. Como tal, devemos organizar a nossa alimentação não só na quantidade e na qualidade dos alimentos que ingerimos, mas também adequar esses alimentos e refeições às horas do dia. Durante o dia podemos e devemos comer alimentos mais difíceis de digerir e com o anoitecer devemos optar por refeições mais leves e menos calóricas.

Já dizia a minha mãe “pequeno almoço de rei, almoço de príncipe, jantar de pobre”

Artigo baseado na reportagem “Somos o que comemos mas também “o quando” comemos” da CNN

Reduzir a ingestão calórica de forma drástica ou Devagar? Qual a melhor opção

As mudanças de hábitos alimentares não são fáceis, e se forem demasiado “radicais”, poderão ter efeitos contrários, pois haverá um corte demasiado drástico da ingestão calórica e isso pode levar a médio longo prazo a uma recaída, e voltamos ao excesso anterior à mudança de hábitos.

Será ou não mais vantajoso, ao nível de resultados, cortar drasticamente a ingestão de calorias, ou adotar uma mudança gradual, cortando aos poucos, até chegar à restrição pretendida.

Um estudo de Vargas-Molina et al. (2023) comparou os efeitos de dois tipos de restrição energética progressiva e severa, combinadas com treino resistente, com o objetivo de redução da composição corporal.

Concluiu-se que a restrição energética progressiva tem efeitos semelhantes à restrição energética severa sobre a composição corporal e força em mulheres treinadas em resistência, que realizam um programa de treino resistente. Devido à sua maior flexibilidade e potencial para melhorar a adesão dietética, a redução energética gradual deve ser uma alternativa melhor para a redução de massa gorda em comparação com a redução calórica severa.

A atividade física promove a saúde neuronal

O processo de envelhecimento é acompanhado por uma redução fisiológica do volume cerebral total. A atrofia cerebral, como também é chamada, é uma expressão usada para descrever a perda de tecido do cérebro que ocorre em todas as pessoas como parte natural do processo de envelhecimento, porém, essa condição também pode estar relacionada com problemas cognitivos e doenças neurológicas quando a perda é maior do que a esperada para a idade

Um estudo de Fabienne A U Fox 2022, comprovou que a atividade física não só melhora a capacidade cardiorrespiratória, promove o fortalecimento muscular e previne doenças associadas ao sedentarismo, mas também melhora a saúde do cérebro.

O estudo demonstrou que maiores níveis de atividade física foram associadas a maiores volumes cerebrais, densidade de substância cinzenta e espessura cortical de diversas regiões cerebrais.

Os efeitos da atividade física no volume cerebral foram mais pronunciados em baixas quantidades de atividade física e diferiram entre homens e mulheres e entre idades. Por exemplo, mais tempo gasto em atividades de intensidade moderada a vigorosa foi associado a um maior volume total de massa cinzenta, mas a relação estabilizou-se com mais atividade. Os efeitos mais fortes da atividade física foram observados em regiões motoras e regiões corticais enriquecidas por genes envolvidos na respiração mitocondrial.

A atividade física beneficia a saúde do cérebro, com efeitos mais fortes em regiões motoras e regiões com alta demanda oxidativa. Embora os jovens adultos possam beneficiar particularmente de atividades adicionais de alta intensidade, os adultos mais velhos já podem beneficiar de atividades de intensidade ligeira. A atividade física e a redução do tempo sedentário podem ser críticos na prevenção da atrofia cerebral associada à idade e de doenças neurodegenerativas.