BEBER ÁGUA – UM HÁBITO SIMPLES, MAS MUITO IMPORTANTE

Há um comportamento frequente, que é muitas vezes esquecido, quando pensamos em melhorar a nossa saúde, ou mesmo atingir determinados objetivos. A hidratação adequada é essencial para o funcionamento do organismo e pode prevenir diversas doenças, retardar o envelhecimento e garantir uma vida mais saudável e longa.

Um estudo publicado no National Institutes of Health (NIH) indica que pessoas bem hidratadas apresentam menor incidência de hipertensão, diabetes tipo 2 e doenças renais. A água também ajuda na manutenção do peso, pois promove saciedade e auxilia no metabolismo, prevenindo a obesidade, fator de risco para diversas doenças que reduzem a expectativa de vida.

Outro estudo, publicado Journal of Human Nutrition and Dietetics, realizado por investigadores da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, diz que o aumento de um a três copos no consumo diário de água já ajuda a reduzir entre 68 a 205 calorias por dia. Os níveis de gordura saturada, sal, açúcar e colesterol consumidos também caíram.

Alguns sinais que podem estar associados a desidratação, ou falta de ingestão de água são cansaço, dores de cabeça, tonturas. A pouca ingestão de água também torna o sangue mais espesso aumentando o risco de hipertensão e outras doenças cardiovasculares.

Algumas estratégias podem ajudar a aumentar o consumo de água diariamente:

  • Andar sempre com uma garrafa de água – Ter uma garrafa por perto facilita o consumo ao longo do dia.
  • Estabeleça metas diárias de ingestão de água – Aplicativos e lembretes podem ajudar a criar o hábito.
  • Adicione sabor natural – Rodelas de limão, hortelã ou gengibre podem tornar a água mais agradável.
  • Beba um copo de água antes das refeições – Isso auxilia na digestão e na saciedade.

Em jeito de conclusão, beber água é um hábito simples, mas extremamente poderoso. Manter-se hidratado melhora a função do organismo, fortalece o cérebro, previne doenças e pode acrescentar anos de vida. Pequenas mudanças no dia a dia, como beber mais água regularmente, podem fazer toda a diferença na saúde e na longevidade.

QUAL É O EXERCÍCIO FÍSICO MAIS EFICAZ NA DIMINUIÇÃO DO RISCO DE MORTALIDADE

Um estudo de Min Zhao (2020) investigou a relação entre a atividade física e a mortalidade em adultos nos Estados Unidos. Os participantes foram acompanhados ao longo do tempo para examinar as taxas de mortalidade por todas as causas e causas específicas* em relação aos níveis de atividade física.

Os resultados destacaram uma associação inversa entre os níveis de atividade física e a mortalidade por todas as causas. Por outras palavras, aqueles que descreveram níveis mais altos de atividade física tiveram taxas mais baixas de mortalidade, em comparação com aqueles com níveis mais baixos de atividade física. Além disso, houve uma redução significativa nas taxas de mortalidade por causas específicas, como doenças cardiovasculares e cancro entre os participantes mais ativos.

Dentro dos tipos de treino, o estudo demonstrou que a musculação reduzia em cerca de 11% o risco de mortalidade, o treino aeróbio 29%, e a combinação dos dois treinos podia reduzir até cerca de 40% do risco de mortalidade.

Os resultados permitiram aos investigadores estabelecer recomendações mais específicas para a atividade física, mostrando que até mesmo atividades moderadas, como caminhar ou realizar tarefas domésticas, podem ter impactos positivos na saúde e na longevidade.

*Todas causam mortalidade e causam mortalidade específica (doenças cardiovasculares, cancro, doenças crônicas do trato respiratório inferior, acidentes e lesões, doença de Alzheimer, diabetes mellitus, gripe e pneumonia, nefrite E síndrome nefrótica ou nefrose) obtidas dos registos do Índice Nacional de Mortes.

SERÁ QUE A ATIVIDADE E O EXERCÍCIO FÍSICO PODERÃO DIMINUIR O RISCO DE MORTE DE VÁRIAS DOENÇAS?

O cumprimento das diretrizes semanais de exercícios foi associado a menor mortalidade por pneumonia e gripe, mostrou um estudo longitudinal com adultos nos EUA.

As diretrizes do Departamento de Saúde e Serviços Humanos recomendam pelo menos 150 minutos de atividade física moderada por semana, juntamente com dois ou mais treinos de força.

Pessoas que cumpriram as diretrizes de atividade física aeróbica e de fortalecimento muscular tiveram um risco ajustado 48% menor de morte por pneumonia e gripe durante uma média de 9,2 anos de acompanhamento em comparação com aquelas que não cumpriram nenhuma das duas

Os investigadores concluíram que a redução da mortalidade se deve provavelmente ao facto de o exercício estar ligado à melhoria de várias condições de saúde, incluindo uma resposta imunitária reforçada. Afirmando que “a atividade física está associada à menor incidência de diversas comorbidades, incluindo acidente vascular cerebral e doença coronária, que aumentam o risco de mortalidade entre adultos hospitalizados com pneumonia adquirida na comunidade”, escreveram.

Os investigadores também encontraram um benefício na atividade aeróbica em níveis abaixo das recomendações das diretrizes, e um potencial problema nos níveis mais elevados de treino de força, de acordo com as suas descobertas. Como se costuma dizer tudo o que é demais não presta, logo quando for iniciar a prática de exercício físico deve sempre treinar respeitando a individualidade e, de preferência, com a supervisão de um profissional credenciado.

Reduzir a ingestão calórica de forma drástica ou Devagar? Qual a melhor opção

As mudanças de hábitos alimentares não são fáceis, e se forem demasiado “radicais”, poderão ter efeitos contrários, pois haverá um corte demasiado drástico da ingestão calórica e isso pode levar a médio longo prazo a uma recaída, e voltamos ao excesso anterior à mudança de hábitos.

Será ou não mais vantajoso, ao nível de resultados, cortar drasticamente a ingestão de calorias, ou adotar uma mudança gradual, cortando aos poucos, até chegar à restrição pretendida.

Um estudo de Vargas-Molina et al. (2023) comparou os efeitos de dois tipos de restrição energética progressiva e severa, combinadas com treino resistente, com o objetivo de redução da composição corporal.

Concluiu-se que a restrição energética progressiva tem efeitos semelhantes à restrição energética severa sobre a composição corporal e força em mulheres treinadas em resistência, que realizam um programa de treino resistente. Devido à sua maior flexibilidade e potencial para melhorar a adesão dietética, a redução energética gradual deve ser uma alternativa melhor para a redução de massa gorda em comparação com a redução calórica severa.

Exercício Físico como Aliado no Combate à Depressão: Evidências Científicas

Um estudo recente, conduzido por Zhao e sua equipa, analisou a relação entre exercício físico e depressão, revelando informações valiosas sobre como a atividade física pode influenciar positivamente a saúde mental.

Evidências apontam para uma forte correlação entre a falta de atividade física (menos de 150 minutos por semana) e o surgimento de sintomas depressivos. O treino aeróbio tem se mostrado especialmente eficaz na redução dos sintomas de depressão. Isso ocorre devido a mecanismos como o aumento de neurotransmissores, a redução do cortisol (hormônio do estresse), o estímulo à proteína BDNF (responsável pela criação de novos neurônios) e a liberação de beta-endorfina, entre outros. Revisões sistemáticas indicam que o treino aeróbio realizado ao longo de 9 semanas, de 3 a 4 vezes por semana, reduziu significativamente o risco de depressão.

A musculação, embora menos estudada, também apresenta efeitos positivos contra a depressão. Protocolos de treino de 40 minutos, de 3 a 4 vezes por semana, demonstraram reduzir os índices de depressão e melhorar a qualidade do sono dos participantes. A redução da inflamação crónica e o aumento da autoestima através da musculação são mecanismos que contribuem para a melhoria do quadro depressivo.

Além disso, estudos comprovam que o exercício exerce uma influência significativa na estrutura cerebral de pacientes com depressão. Ele ativa áreas cerebrais relacionadas, promove adaptações comportamentais, mantém a integridade do hipocampo e do volume da substância branca, melhorando o neuroprocessamento cerebral e retardando a degradação cognitiva.

Portanto, fica evidente que o exercício físico não beneficia apenas a saúde física, mas também desempenha um papel crucial na promoção da saúde mental. Com a crescente compreensão dos mecanismos pelos quais o exercício afeta positivamente a depressão, a inclusão da atividade física como parte integrante das estratégias de tratamento e prevenção dessa condição torna-se ainda mais importante.

O ALARMANTE CENÁRIO DO EXCESSO DE PESO E OBESIDADE EM PORTUGAL

O cenário do excesso de peso e obesidade em Portugal é alarmante, refletindo preocupações crescentes com a saúde pública. De acordo com o Relatório da Obesidade da Região Europeia da Organização Mundial da Saúde de 2022, mais de metade da população portuguesa enfrenta desafios relacionados com o peso.

Os números revelam uma realidade inquietante: 57,5% dos portugueses apresentam excesso de peso. A questão é mais premente entre os homens, com 63,1% acima do peso, enquanto 52% das mulheres enfrentam a mesma situação. A obesidade também é um problema crescente, atingindo 20,8% da população total. Essa preocupação é igualmente dividida entre os sexos, com 20,3% dos homens e 21,2% das mulheres vivendo com obesidade.

As crianças não escapam desse quadro, pois os dados revelam que aproximadamente uma em cada três crianças possui excesso de peso ou obesidade. A situação é ainda mais alarmante, com mais de 10% das crianças enfrentando obesidade.

Esses números ressaltam a necessidade urgente de ações efetivas para combater o excesso de peso e a obesidade em Portugal. As implicações para a saúde são amplas e incluem um aumento do risco de doenças crónicas, como diabetes, doenças cardíacas e hipertensão.

É essencial abordar essa questão com abrangência, implementando políticas de saúde pública que promovam a educação sobre nutrição e incentivos para a atividade física. A conscientização é crucial, tanto entre adultos quanto entre as crianças, para construir hábitos de vida saudáveis desde cedo.

Enfrentar o desafio do excesso de peso exige um esforço conjunto de governos, profissionais de saúde, comunidades e indivíduos. Com estratégias eficazes, é possível reverter essa tendência e promover uma população mais saudável e resiliente. Ações enérgicas são necessárias agora para garantir um futuro com menos problemas de saúde relacionados com o excesso de peso e com a obesidade em Portugal.