Importância da Aptidão Física na Saúde das Crianças: Alerta para um Futuro Saudável

A correlação entre aptidão física e saúde é um tópico cada vez mais relevante, especialmente quando consideramos as gerações mais jovens. Um estudo recente conduzido por Diaz et al. (2021) ilustra claramente como a aptidão física das crianças está diretamente ligada à sua saúde geral.

O estudo analisou crianças de 7 a 10 anos, avaliando não apenas a sua aptidão física, mas também a sua composição corporal e diversos marcadores de saúde. Os resultados revelaram uma descoberta surpreendente: crianças com maior aptidão física apresentavam pressão arterial mais baixa, maior resistência à insulina e um funcionamento aprimorado do fígado e rins. Estas descobertas demonstram que a aptidão física não se limita apenas ao desempenho atlético, mas tem um impacto profundo na saúde metabólica e órgãos vitais.

Uma conclusão alarmante do estudo é que jovens com baixa aptidão física enfrentam um risco quase quatro vezes maior de desenvolver doenças metabólicas antes dos 50 anos de idade. Além disso, aproximadamente 30% dos jovens com níveis significativos de obesidade podem enfrentar um futuro em que a independência é comprometida devido a condições de saúde debilitantes.

A conscientização sobre esses resultados é crucial para os pais e profissionais de saúde. Os pais devem entender a importância de estimular os seus filhos a praticar atividades físicas regulares desde cedo. A promoção de hábitos ativos não apenas influencia o bem-estar físico, mas também molda a saúde a longo prazo.

Os profissionais de saúde têm um papel fundamental na educação e orientação das famílias sobre a relação entre aptidão física e saúde. Eles devem estar preparados para comunicar eficazmente às famílias quais os benefícios da atividade física e incentivar a sua participação em atividades apropriadas para diferentes idades

O estudo de Diaz et al. reforça a ideia de que investir na aptidão física das crianças é investir no seu futuro saudável. Os resultados destacam a necessidade de esforços contínuos para promover a atividade física entre os jovens e garantir que eles cresçam com uma base sólida de saúde, para uma vida plena e independente.

 

Saiba o que o exercício físico pode fazer para reduzir os sintomas da menopausa

A menopausa acarreta a perda significativa de hormonas femininas, resultando em várias mudanças físicas e aumentando os riscos de problemas de saúde.

Este estudo Nunes et al. (2023)  que abrangeu um total de 742 mulheres com sobrepeso e obesidade investigou como o treino de hipertrofia pode beneficiar mulheres na menopausa, identificando variáveis de treino para obter os melhores resultados. Os resultados mostraram que o treino resistido promoveu emagrecimento, melhoria da glicemia em jejum, aumento do HDL-colesterol e redução da proteína-C reativa (marcador inflamatório). Importante frisar que esse estudo demonstrou, também, que as mulheres perderam gordura abdominal, o que é uma resposta fisiológica fundamental, pois a redução de 5 cm na circunferência da cintura está associada a uma redução nos fatores de risco metabólicos para mortalidade por todas as causas

As descobertas destacaram a importância de uma prática regular de atividades físicas, incluindo treino de força, o treino de alta intensidade, e treino combinado de força e aeróbio.

Concluiu-se que exercício físico é eficaz para combater os sintomas da menopausa, e a orientação de profissionais são essenciais para um envelhecimento saudável e funcional das mulheres.

Se ainda não iniciou essa rotina, está na altura de iniciar e relembro que deve sempre treinar respeitando a individualidade e, de preferência, com a supervisão de um profissional credenciado.

Bons Treinos

Musculação como Aliada no Controle do Apetite e da Compulsão Alimentar

O controle do apetite é um desafio para muitas pessoas, sendo frequentemente acompanhado por compulsões alimentares que podem afetar a saúde e a estética. No entanto, estudos recentes ressalvam que a prática da musculação pode ser uma ferramenta valiosa nesse processo.

Liu et al. (2023) investigaram os efeitos de treinos com cargas altas e baixas na redução do apetite, identificando que ambos os tipos de treino contribuem para a diminuição dos níveis de grelina, um hormônio associado ao aumento do apetite, e para o aumento dos níveis de PYY, um peptídeo que reduz o apetite. Resultados semelhantes foram observados em indivíduos obesos por Ataeinosrat et al. (2022), especialmente em treinos intensos, como o treino intervalado ou de circuito.

De forma intrigante, Freitas et al. (2021) apontaram que treinos de todos que englobam todos grupos musculares têm um efeito mais pronunciado na redução do apetite quando comparados aos treinos focados em grupos musculares específicos. Isso pode ser atribuído ao aumento do stress metabólico e central gerado por esses treinos.

Assim, recomenda-se a musculação como uma estratégia para auxiliar no controle do apetite e combater a compulsão alimentar. Para otimizar os resultados, é aconselhável realizar treinos intensos que envolvam vários grupos musculares em uma mesma sessão. Além disso, a alternância entre exercícios de musculação e atividades aeróbicas, como corrida, bicicleta ou corda naval, também pode ser uma abordagem eficaz.

Em resumo, a musculação não apenas contribui para o desenvolvimento muscular, mas também desempenha um papel importante na regulação do apetite e na prevenção de compulsões alimentares. Incorporar treinos intensos e variados pode ser uma estratégia eficaz para promover um controle mais saudável dos hábitos alimentares e alcançar resultados satisfatórios tanto para a saúde quanto para a estética.

Sobrepeso na Meia-Idade: Um Alerta para o Risco de Diabetes e Hipertensão

Um recente estudo conduzido por Pereira et al. (2022) trouxe à luz uma importante associação entre o excesso de peso na meia-idade e o risco de desenvolver Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2) e/ou hipertensão arterial (HAS). O estudo teve como objetivo analisar essa relação e suas implicações para a saúde.

O estudo realizou avaliações em indivíduos aos 25 anos de idade e novamente cerca de 20 anos depois, quando a média de idade dos participantes era de 47 anos. Os resultados revelaram um quadro alarmante. A prevalência de obesidade e sobrepeso entre os participantes aumentou consideravelmente ao longo do tempo, passando de 38% aos 25 anos para 70% na segunda avaliação. Além disso, na segunda avaliação, 34,1% dos participantes foram diagnosticados com Diabetes ou Hipertensão.

Uma descoberta particularmente interessante foi a relação entre o sobrepeso e o risco de desenvolver DM2 e/ou HAS. Aqueles que tinham sobrepeso na segunda avaliação, mesmo que não tivessem sobrepeso aos 25 anos, apresentaram um risco 77% maior de serem diabéticos ou hipertensos em comparação com aqueles que tinham peso normal nos dois momentos avaliados. Por outro lado, aqueles que tinham sobrepeso aos 25 anos e conseguiram emagrecer eliminaram completamente o risco de desenvolver essas condições.

Os resultados demonstram que o sobrepeso na meia-idade está fortemente associado ao risco de DM2 e HAS, e a importância de adotar hábitos saudáveis ao longo da vida. O estudo destaca a necessidade de monitorar o peso e adotar medidas para prevenir o ganho excessivo de peso, especialmente na meia-idade, a fim de reduzir significativamente o risco de doenças metabólicas e cardiovasculares.

Em resumo, o estudo ressalta a importância de manter um peso saudável ao longo da vida, pois o sobrepeso na meia-idade pode aumentar consideravelmente o risco de desenvolver DM2 e HAS. Aqueles que conseguem emagrecer e manter um peso saudável podem colher os benefícios de um envelhecimento mais saudável e livre dessas condições crônicas.

Hora de deixar de ser obrigatório Alongamento? Precisamos diferenciar “Posso?” De “Eu preciso?”

A flexibilidade, definida como amplitude de movimento articular (ADM), pode ser aprimorada por meio de intervenções de alongamento. Embora o alongamento tenha sido anteriormente considerado essencial em programas de exercícios, agora está mudando para algo opcional. Existem vários tipos de alongamento, incluindo alongamento estático ativo, passivo e estático. Os estudos concentraram-se nos benefícios do alongamento, mas falta entender a sua eficácia relativa em comparação com as alternativas.

Este artigo explora a distinção entre “Posso?” e “Eu tenho que?” em relação ao alongamento, discutindo as implicações para aquecimento, pós-treino, amplitude de movimento articular (ADM) e prevenção de lesões.

O debate sobre a necessidade de alongamento no aquecimento envolve vários fatores. O alongamento pode melhorar a amplitude de movimento (ADM), propriocepção, prontidão psicológica e prevenção de lesões. No entanto, esses benefícios não são exclusivos do alongamento. Embora o alongamento estático (SS) e o alongamento estático passivo (PS) possam prejudicar ligeiramente as atividades de potência, força e velocidade, os efeitos são mínimos e podem ser neutralizados com práticas adequadas de aquecimento. Os efeitos cumulativos de vários alongamentos <60 s e a influência da intensidade do alongamento nos resultados precisam ser mais explorados. Aquecimentos abrangentes que incluem aquecimentos pré-alongamentos seguidos de SS/PS procuram tempo estendido, contrastando com protocolos focados em potencialização pós-ativação (PAP) ou melhoria de desempenho (PAPE), que envolvem ações dinâmicas sem a necessidade de SS/ PS. As melhorias agudas de ADM do SS/PS são transitórias, durando cerca de 30 minutos, o que levanta dúvidas sobre sua aplicabilidade durante sessões de treino mais longas. Alongamento dinâmico, rolamento de espuma e treino de resistência de alta intensidade também aumentam agudamente a ADM. Por fim, enquanto a resposta para “Posso alongar no aquecimento?” é “provavelmente sim”, a resposta para “Tenho que alongar no aquecimento?” inclina-se para “talvez não”. Isso destaca a necessidade de consideração cuidadosa do papel do alongamento com base em objetivos específicos e abordagens alternativas de aquecimento.

A prática de alongamento pós-exercício é frequentemente recomendada para fins de recuperação, embora as revisões existentes desafiem sua eficácia. Embora tenham surgido diretrizes de que o alongamento melhora a recuperação, revisões sistemáticas e meta-análises, incluindo 11 ensaios clínicos randomizados, indicam o contrário. Estudos avaliando marcadores de recuperação tardia e de curto prazo, incluindo dor muscular de início tardio (DOMS), força e amplitude de movimento (ROM), revelam que o alongamento estático (SS) e o alongamento estático passivo (PS) não oferecem benefícios adicionais em comparação ao repouso ou outros métodos de recuperação, como ciclismo de baixa intensidade. A noção de que alguns atletas se sentem melhor após o alongamento é um sentimento subjetivo que pode não corresponder a melhorias objetivas.

Argumentos de que o alongamento proporciona união da equipa ou faz os atletas se sentirem melhor são questionáveis, pois outras atividades podem promover a coesão da equipa e sentimentos subjetivos não necessariamente indicam benefícios tangíveis. No geral, enquanto a pergunta “Posso alongar no relaxamento?” pode ter uma resposta positiva, é importante salientar que o alongamento pós-exercício deve evitar altas intensidades. No entanto, a consulta “Tenho que alongar no relaxamento?” inclina-se para “provavelmente não”, dadas as evidências acumuladas que sugerem que o alongamento não melhora significativamente a recuperação. Isso enfatiza a necessidade de uma abordagem baseada em evidências para práticas pós-exercício.

O alongamento é reconhecido pelo seu potencial de aumentar cronicamente a amplitude de movimento (ADM), alterando várias características musculares e fasciculares. Embora o alongamento possa ser eficaz, não é o único método capaz de atingir esse resultado. Desportos que exigem amplitude de movimento extrema podem beneficiar do alongamento, mas para a maioria dos desportos e para a população em geral, alternativas como treino de resistência e exercícios de “foam roller” estão disponíveis. Uma revisão sistemática com meta-análise comparando treino de força e alongamento para ganhos de ADM em 5 e 16 semanas não mostrou diferença significativa em seus efeitos na ADM. Tanto o treino de força excêntrico quanto o concêntrico, juntamente com o treino pliométrico, podem induzir alterações no comprimento do fascículo muscular, ângulo de penação e extensibilidade do tendão, resultando em melhorias na ADM. No entanto, os estudos na revisão exibiram diversidade significativa em design, populações e protocolos. Enquanto a resposta para “Posso alongar para melhorar a ROM?” for afirmativa, a pergunta “Tenho que alongar para melhorar a ADM?” sugere que as alternativas podem oferecer benefícios semelhantes. Mais pesquisas comparativas, especialmente em desportos que exigem ADM extrema, são essenciais para fornecer orientações mais claras sobre estratégias eficazes para melhorar a ADM.

O debate sobre se o alongamento reduz o risco de lesões centra-se em exercícios e desportos que envolvem ciclos de encurtamento de alongamento. Embora alguns proponham o alongamento como medida preventiva de lesões, as evidências são inconclusivas. Revisões sistemáticas não encontraram consistentemente uma ligação entre alongamento e risco de lesão. Um grande estudo aleatório controlado (RCT) sugere que um número significativo de indivíduos precisaria se submeter a alongamento para evitar uma única lesão nos membros inferiores. A suposição de que o alongamento pode não reduzir o risco geral, mas pode diminuir o risco de lesões musculoesqueléticas, deve considerar potenciais compensações e riscos agravados. Isolar o impacto do alongamento no risco de lesão é complexo devido aos mecanismos de lesão multifatoriais. A relação entre flexibilidade e risco de lesão permanece incerta e, embora existam algumas associações, a causalidade não foi estabelecida. Embora a flexibilidade limitada possa aumentar o risco de lesões, outras intervenções, como o treino de força, também podem aumentar a flexibilidade. Atualmente, a conexão entre alongamento e risco de lesão permanece controversa. A pergunta “Posso alongar?” pode não aumentar o risco de lesões, enquanto “Tenho que alongar?” sugere que alternativas estão disponíveis e são potencialmente igualmente eficazes. Mais estudos comparativos e de longo prazo são necessários para entender melhor as intrincadas relações entre flexibilidade, alongamento e risco de lesão.

DISCUSSÃO

Estabelecendo que o alongamento pode ser realizado em diferentes contextos não é o mesmo que estabelecer que o alongamento deve ser realizado. (1) SS e PS podem ser realizados durante o aquecimento, especialmente se usar durações <30 a 60 s por grupo muscular, mas ao custo de rotinas de aquecimento mais longas. Protocolos de aquecimento alternativo não requerem SS ou PS, parecem igualmente eficazes e requerem menos tempo para serem implementados. (2) SS e PS podem ser realizados durante o pós exercício mas aparentemente não há benefícios na recuperação de curto prazo ou na redução de força e ROM e não diminui a magnitude do DOMS. (3) SS e PS melhoraram a ADM se realizados cronicamente, mas o mesmo acontece com a força treino, que também tem múltiplos benefícios relacionados com a saúde (Bull e outros, 2020). No entanto, a escassez de estudos comparativos e a sua heterogeneidade desaconselha conclusões mais fortes. Desportos que exijam ROM extremo podem exigir abordagens específicas. (4) Não há relação clara entre alongamento e lesão risco, o que é parcialmente esperado, já que a maioria das lesões é multifatorial na natureza. Associações entre flexibilidade e risco de lesão não suportam necessariamente a utilização de alongamento porque: (i) associação não significa causalidade; e (ii) a flexibilidade pode ser melhorada através de outros métodos (embora a mais longo prazo seja necessária pesquisa comparativa). Devemos adotar abordagens diferenciadas ao recomendar alongamentos. “Posso alongar?”: provavelmente sim. “Tenho que alongar?”: possivelmente, não. A resposta pode depender das metas, população, época do ano ou temporada e características individuais.

Texto baseado no artigo:

Time to Move From Mandatory Stretching? We Need to Differentiate “Can I?” From “Do I Have To?” José Afonso1*†, Jesús Olivares-Jabalera2,3† and Renato Andrade4,5,6†

“Será a sopa uma boa solução para emagrecer?”

“Hoje vou só comer uma sopa ao jantar pois ajuda a emagrecer, será a sopa uma boa solução para emagrecer?

“Será a sopa uma boa solução para emagrecer?” é uma pergunta frequente, especialmente quando se procura uma abordagem alimentar para perda de peso. No entanto, depender exclusivamente da sopa como estratégia de emagrecimento pode não ser eficaz.

Embora uma sopa quente e nutritiva seja reconfortante, ela por si só pode não ser suficiente para atender às necessidades diárias do corpo. A chave está em enriquecê-la com ingredientes que garantam um equilíbrio nutricional adequado. A verdade fundamental é que a perda de peso ocorre quando se consome menos calorias do que aquelas que o corpo gasta, o que é conhecido como déficit calórico.

A sopa, sem dúvida, tem seus benefícios, é uma maneira saudável de incorporar legumes e hidratação à dieta. No entanto, confiar apenas na sopa para alcançar seus objetivos de emagrecimento pode ser uma estratégia inadequada. Uma sopa composta apenas de legumes pode carecer da diversidade de nutrientes essenciais necessários para uma refeição completa e satisfatória.

Nutricionistas recomendam enriquecer a sopa com fontes de proteína, como carne magra, peixe, ovos ou leguminosas como grão-de-bico, feijão, lentilhas ou ervilhas. Esses ingredientes ajudam a garantir uma refeição mais equilibrada e saciante.

Uma sopa repleta de legumes pode não ser suficiente para manter a fome sob controle ao longo do tempo. É possível que isso leve a desejos e excessos, levando a escolhas alimentares menos saudáveis. Para evitar isso, é recomendável complementar a sopa com ingredientes ricos em proteína e fibra, que promovem a saciedade e mantêm os níveis de energia estáveis.

Portanto, enquanto a sopa pode ser uma parte valiosa de uma dieta saudável e equilibrada, contar exclusivamente com ela para emagrecer pode não ser a estratégia mais eficaz. A chave está em criar refeições nutritivas e satisfatórias que atendam às necessidades do corpo, garantindo um consumo calórico adequado e sustentável ao longo do tempo.