As crianças precisam de ser mais ativas e precisam de “TREINAR FORÇA”

Um estudo de Faigenbaum et al. (2023) ressalva que todas as crianças e adolescentes devem fazer exercícios de força, referindo que crianças fracas tendem a gerar adultos fracos sendo que isso terá graves repercussões na saúde e qualidade de vida.

Tendo em conta que hoje em dia as crianças são cada vez menos ativas comparando com há 2 décadas quando facilmente “nós” subíamos árvores, saltávamos, escalávamos paredes, pulávamos muros, etc.. esta temática do exercício físico nas crianças, em especial o treino de força, está cada vez mais em voga.

O estudo enfatiza a necessidade de uma abordagem holística e multidisciplinar para promover o desenvolvimento da força em jovens, reconhecendo a importância de fatores como nutrição, sono, atividade física, ambiente familiar e apoio social. O estudo aborda estratégias práticas para promover a atividade física e o treino de força entre as crianças, incluindo a criação de ambientes favoráveis, programas de educação física escolar e intervenções baseadas na comunidade.

No âmbito individual as estratégias seriam a exposição das crianças às atividades de força em idade precoce com brincadeiras que envolvessem escalar, pendurar, puxar, empurrar, etc. No campo interpessoal seria importante informar os familiares sobre os benefícios e segurança das atividades de força, inclusive estimulando-os a envolverem-se junto com as crianças. No campo organizacional, as escolas deveriam repensar as aulas de Educação Física, incluindo componentes de força. Na comunidade, seria necessário criar espaços e estruturas amigáveis, com playgrounds e ter profissionais capacitados a dar orientações e fazer acompanhamento, tanto na Saúde quanto na Educação. Por fim, as políticas, com promoção e reconhecimento à participação em atividades de fortalecimento muscular, como já foi feito, com sucesso, em alguns Países

Em resumo, o estudo destaca a importância de uma abordagem socio ecológica para promover o desenvolvimento da força em crianças e adolescentes. Ele fornece insights e recomendações para profissionais da saúde, educadores e formuladores de políticas, interessados em promover a saúde e o bem-estar das crianças através da atividade física e do treino de força.

Reduzir a ingestão calórica de forma drástica ou Devagar? Qual a melhor opção

As mudanças de hábitos alimentares não são fáceis, e se forem demasiado “radicais”, poderão ter efeitos contrários, pois haverá um corte demasiado drástico da ingestão calórica e isso pode levar a médio longo prazo a uma recaída, e voltamos ao excesso anterior à mudança de hábitos.

Será ou não mais vantajoso, ao nível de resultados, cortar drasticamente a ingestão de calorias, ou adotar uma mudança gradual, cortando aos poucos, até chegar à restrição pretendida.

Um estudo de Vargas-Molina et al. (2023) comparou os efeitos de dois tipos de restrição energética progressiva e severa, combinadas com treino resistente, com o objetivo de redução da composição corporal.

Concluiu-se que a restrição energética progressiva tem efeitos semelhantes à restrição energética severa sobre a composição corporal e força em mulheres treinadas em resistência, que realizam um programa de treino resistente. Devido à sua maior flexibilidade e potencial para melhorar a adesão dietética, a redução energética gradual deve ser uma alternativa melhor para a redução de massa gorda em comparação com a redução calórica severa.

A atividade física promove a saúde neuronal

O processo de envelhecimento é acompanhado por uma redução fisiológica do volume cerebral total. A atrofia cerebral, como também é chamada, é uma expressão usada para descrever a perda de tecido do cérebro que ocorre em todas as pessoas como parte natural do processo de envelhecimento, porém, essa condição também pode estar relacionada com problemas cognitivos e doenças neurológicas quando a perda é maior do que a esperada para a idade

Um estudo de Fabienne A U Fox 2022, comprovou que a atividade física não só melhora a capacidade cardiorrespiratória, promove o fortalecimento muscular e previne doenças associadas ao sedentarismo, mas também melhora a saúde do cérebro.

O estudo demonstrou que maiores níveis de atividade física foram associadas a maiores volumes cerebrais, densidade de substância cinzenta e espessura cortical de diversas regiões cerebrais.

Os efeitos da atividade física no volume cerebral foram mais pronunciados em baixas quantidades de atividade física e diferiram entre homens e mulheres e entre idades. Por exemplo, mais tempo gasto em atividades de intensidade moderada a vigorosa foi associado a um maior volume total de massa cinzenta, mas a relação estabilizou-se com mais atividade. Os efeitos mais fortes da atividade física foram observados em regiões motoras e regiões corticais enriquecidas por genes envolvidos na respiração mitocondrial.

A atividade física beneficia a saúde do cérebro, com efeitos mais fortes em regiões motoras e regiões com alta demanda oxidativa. Embora os jovens adultos possam beneficiar particularmente de atividades adicionais de alta intensidade, os adultos mais velhos já podem beneficiar de atividades de intensidade ligeira. A atividade física e a redução do tempo sedentário podem ser críticos na prevenção da atrofia cerebral associada à idade e de doenças neurodegenerativas.

Impacto Alarmante da Alimentação Inadequada na Saúde dos Portugueses

O Programa Nacional de Promoção da Alimentação Saudável (PNPAS), coordenado pela Direção-Geral da Saúde, lançou projeções preocupantes sobre os efeitos do excesso de peso e dos hábitos alimentares inadequados na esperança média de vida em Portugal. Segundo o plano estabelecido para o período de 2022 a 2030, estima-se que o excesso de peso e as doenças com ele relacionadas possam levar a uma redução de aproximadamente 2,2 anos na esperança média de vida até 2050.

Um dado alarmante é que, até 2030, as mortes relacionadas à alimentação inadequada podem superar aquelas causadas pelo tabagismo no país. As projeções indicam que erros alimentares serão responsáveis por 13,8% das mortes previstas, enquanto o excesso de peso e obesidade contribuirão com 12%, ultrapassando a percentagem atribuída ao tabagismo, que será de 11,1%.

A alimentação inadequada é apontada como uma das principais causas evitáveis de doenças crónicas não transmissíveis, como a obesidade, doenças cardiovasculares, cancro e diabetes tipo 2. Em 2019, ela contribuiu para 7,3% dos anos de vida perdidos por incapacidade e para 11,4% da mortalidade.

Os números divulgados também revelam a preocupante realidade dos hábitos alimentares dos portugueses. Cerca de 76% da população consome mais sal do que o recomendado, e 24,3% excede os níveis de açúcar sugeridos pela Organização Mundial de Saúde. Esse cenário é ainda mais preocupante entre crianças (40,7%) e adolescentes (48,7%).

Além disso, o consumo insuficiente de frutas e hortaliças afeta a saúde da população. Apenas 44% dos portugueses atingem a ingestão diária recomendada, sendo a situação ainda mais alarmante entre crianças (28%) e adolescentes (22%).

Diante desses números, é evidente que a promoção de uma alimentação saudável e consciente é urgente. O PNPAS destaca a necessidade de políticas e programas de saúde pública que abordem o papel fundamental da alimentação na saúde da população e procurem reverter essa tendência alarmante. A consciencialização e a educação sobre escolhas alimentares equilibradas devem ser prioridades para garantir um futuro mais saudável para todos os portugueses.

Futebol recreativo semanal ajuda a sermos mais saudáveis

O estudo recente realizado por Modena et al. (2023) trouxe à tona os benefícios da prática de futebol para a saúde cardiovascular de homens sedentários, com idade média acima de 40 anos. O estudo investigou os efeitos de uma ou dois jogos de futebol semanais num campo de relva sintetica, envolvendo 5 jogadores de campo e um guarda-redes em cada equipa.

A análise das partidas revelou que a média da frequência cardíaca atingiu cerca de 78% da frequência cardíaca máxima, um nível de intensidade raramente alcançado em atividades como corrida na passadeira. Isso sugere um compromisso cardiovascular substancial durante o jogo.

Os resultados obtidos ao longo de 12 semanas de prática semanal de futebol indicaram melhorias significativas na saúde dos participantes. Aqueles que jogaram futebol uma vez por semana alcançaram reduções nos níveis de colesterol total e LDL, além de uma melhoria na relação cintura-quadril e aumento do consumo máximo de oxigênio, indicativo de melhor capacidade cardiovascular. Além disso, houve uma tendência de redução de peso, que se tornou estatisticamente significativa para aqueles que participaram de duas partidas por semana.

O estudo enfatiza a importância da atividade física regular para a saúde cardiovascular, demonstrando que o futebol pode ser uma alternativa atraente para homens sedentários que procuram melhorar a sua saúde. Além dos benefícios para o coração, o jogo em equipa e a diversão podem tornar a atividade física mais prazerosa e motivadora. Portanto, incentivar os nossos pares, os nossos amigos e familiares a participar num jogo de futebol semanal pode ser uma estratégia eficaz para promover um estilo de vida mais ativo e saudável.

Importância da Aptidão Física na Saúde das Crianças: Alerta para um Futuro Saudável

A correlação entre aptidão física e saúde é um tópico cada vez mais relevante, especialmente quando consideramos as gerações mais jovens. Um estudo recente conduzido por Diaz et al. (2021) ilustra claramente como a aptidão física das crianças está diretamente ligada à sua saúde geral.

O estudo analisou crianças de 7 a 10 anos, avaliando não apenas a sua aptidão física, mas também a sua composição corporal e diversos marcadores de saúde. Os resultados revelaram uma descoberta surpreendente: crianças com maior aptidão física apresentavam pressão arterial mais baixa, maior resistência à insulina e um funcionamento aprimorado do fígado e rins. Estas descobertas demonstram que a aptidão física não se limita apenas ao desempenho atlético, mas tem um impacto profundo na saúde metabólica e órgãos vitais.

Uma conclusão alarmante do estudo é que jovens com baixa aptidão física enfrentam um risco quase quatro vezes maior de desenvolver doenças metabólicas antes dos 50 anos de idade. Além disso, aproximadamente 30% dos jovens com níveis significativos de obesidade podem enfrentar um futuro em que a independência é comprometida devido a condições de saúde debilitantes.

A conscientização sobre esses resultados é crucial para os pais e profissionais de saúde. Os pais devem entender a importância de estimular os seus filhos a praticar atividades físicas regulares desde cedo. A promoção de hábitos ativos não apenas influencia o bem-estar físico, mas também molda a saúde a longo prazo.

Os profissionais de saúde têm um papel fundamental na educação e orientação das famílias sobre a relação entre aptidão física e saúde. Eles devem estar preparados para comunicar eficazmente às famílias quais os benefícios da atividade física e incentivar a sua participação em atividades apropriadas para diferentes idades

O estudo de Diaz et al. reforça a ideia de que investir na aptidão física das crianças é investir no seu futuro saudável. Os resultados destacam a necessidade de esforços contínuos para promover a atividade física entre os jovens e garantir que eles cresçam com uma base sólida de saúde, para uma vida plena e independente.