A atividade física promove a saúde neuronal
O processo de envelhecimento é acompanhado por uma redução fisiológica do volume cerebral total. A atrofia cerebral, como também é chamada, é uma expressão usada para descrever a perda de tecido do cérebro que ocorre em todas as pessoas como parte natural do processo de envelhecimento, porém, essa condição também pode estar relacionada com problemas cognitivos e doenças neurológicas quando a perda é maior do que a esperada para a idade
Um estudo de Fabienne A U Fox 2022, comprovou que a atividade física não só melhora a capacidade cardiorrespiratória, promove o fortalecimento muscular e previne doenças associadas ao sedentarismo, mas também melhora a saúde do cérebro.
O estudo demonstrou que maiores níveis de atividade física foram associadas a maiores volumes cerebrais, densidade de substância cinzenta e espessura cortical de diversas regiões cerebrais.
Os efeitos da atividade física no volume cerebral foram mais pronunciados em baixas quantidades de atividade física e diferiram entre homens e mulheres e entre idades. Por exemplo, mais tempo gasto em atividades de intensidade moderada a vigorosa foi associado a um maior volume total de massa cinzenta, mas a relação estabilizou-se com mais atividade. Os efeitos mais fortes da atividade física foram observados em regiões motoras e regiões corticais enriquecidas por genes envolvidos na respiração mitocondrial.
A atividade física beneficia a saúde do cérebro, com efeitos mais fortes em regiões motoras e regiões com alta demanda oxidativa. Embora os jovens adultos possam beneficiar particularmente de atividades adicionais de alta intensidade, os adultos mais velhos já podem beneficiar de atividades de intensidade ligeira. A atividade física e a redução do tempo sedentário podem ser críticos na prevenção da atrofia cerebral associada à idade e de doenças neurodegenerativas.
A importância de ser ativo.
Será que É SUFICIENTE FAZER exercício físico 2 a 3 vezes por semana e depois, o resto do tempo, ficar sentado e ser sedentário?
O que é uma pessoa ativa? Uma pessoa ativa é uma pessoa que realiza, no mínimo, atividade física 30 a 150 minutos por semana. a atividade física engloba uma ampla gama de movimentos corporais que queimam calorias, como caminhar, subir escadas e tarefas diárias.
Podemos considerar o exercício físico uma atividade física intensa mais estruturada e planeada, geralmente visando a melhoria da aptidão física e a obtenção de objetivos específicos como musculação, corrida e natação
De acordo com as diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS), a atividade física moderada é recomendada pelo menos 150 minutos por semana, enquanto a atividade física intensa pode ser reduzida a 75 minutos semanais. Um estudo publicado no British Journal of Sports Medicine, liderado por investigadores britânicos, procurou investigar as nuances entre ser sedentário e praticar algum tipo de atividade física.
Os resultados do estudo revelaram descobertas impressionantes. Aqueles que atingiram a meta de 150 minutos de atividade física moderada por semana reduziram o risco de problemas cardíacos em 41%, em comparação com indivíduos sedentários. Surpreendentemente, indivíduos que incluíram treinos de alta intensidade nos 150 minutos semanais, seja como atividade exclusiva ou em conjunto com atividade moderada, reduziram o risco em 42%. Isso sugere que o acréscimo de treinos intensos oferece benefícios apenas marginalmente maiores na prevenção de riscos cardíacos.
Além dos benefícios cardíacos, a atividade física regular traz uma série de vantagens, como o aumento da resistência muscular, melhoria da saúde mental, regulação do peso corporal e fortalecimento do sistema imunológico. O exercício físico, por sua vez, proporciona vantagens adicionais, como a promoção do crescimento muscular e aprimoramento da capacidade cardiovascular.
Em conclusão, a importância da atividade física para a saúde é inegável. O exercício físico é importante, mas ser ativo (realizar no mínimo 150m de atividade física semanal) é ainda mais. Como tal, devemos, em primeiro lugar, ser ativos, e complementar com exercício físico. Também fica claro que a incorporação de atividades moderadas nas nossas vidas pode ter impacto profundo na redução do risco de doenças cardíacas, especialmente para a população mais velha. Portanto, procurar oportunidades para se movimentar e se exercitar regularmente é um investimento valioso na nossa saúde e bem-estar geral. Relembrar que quando for iniciar a prática de exercício físico deve sempre treinar respeitando a individualidade e, de preferência, com a supervisão de um profissional credenciado.
Impacto Alarmante da Alimentação Inadequada na Saúde dos Portugueses
O Programa Nacional de Promoção da Alimentação Saudável (PNPAS), coordenado pela Direção-Geral da Saúde, lançou projeções preocupantes sobre os efeitos do excesso de peso e dos hábitos alimentares inadequados na esperança média de vida em Portugal. Segundo o plano estabelecido para o período de 2022 a 2030, estima-se que o excesso de peso e as doenças com ele relacionadas possam levar a uma redução de aproximadamente 2,2 anos na esperança média de vida até 2050.
Um dado alarmante é que, até 2030, as mortes relacionadas à alimentação inadequada podem superar aquelas causadas pelo tabagismo no país. As projeções indicam que erros alimentares serão responsáveis por 13,8% das mortes previstas, enquanto o excesso de peso e obesidade contribuirão com 12%, ultrapassando a percentagem atribuída ao tabagismo, que será de 11,1%.
A alimentação inadequada é apontada como uma das principais causas evitáveis de doenças crónicas não transmissíveis, como a obesidade, doenças cardiovasculares, cancro e diabetes tipo 2. Em 2019, ela contribuiu para 7,3% dos anos de vida perdidos por incapacidade e para 11,4% da mortalidade.
Os números divulgados também revelam a preocupante realidade dos hábitos alimentares dos portugueses. Cerca de 76% da população consome mais sal do que o recomendado, e 24,3% excede os níveis de açúcar sugeridos pela Organização Mundial de Saúde. Esse cenário é ainda mais preocupante entre crianças (40,7%) e adolescentes (48,7%).
Além disso, o consumo insuficiente de frutas e hortaliças afeta a saúde da população. Apenas 44% dos portugueses atingem a ingestão diária recomendada, sendo a situação ainda mais alarmante entre crianças (28%) e adolescentes (22%).
Diante desses números, é evidente que a promoção de uma alimentação saudável e consciente é urgente. O PNPAS destaca a necessidade de políticas e programas de saúde pública que abordem o papel fundamental da alimentação na saúde da população e procurem reverter essa tendência alarmante. A consciencialização e a educação sobre escolhas alimentares equilibradas devem ser prioridades para garantir um futuro mais saudável para todos os portugueses.
Saiba o que o exercício físico pode fazer para reduzir os sintomas da menopausa
A menopausa acarreta a perda significativa de hormonas femininas, resultando em várias mudanças físicas e aumentando os riscos de problemas de saúde.
Este estudo Nunes et al. (2023) que abrangeu um total de 742 mulheres com sobrepeso e obesidade investigou como o treino de hipertrofia pode beneficiar mulheres na menopausa, identificando variáveis de treino para obter os melhores resultados. Os resultados mostraram que o treino resistido promoveu emagrecimento, melhoria da glicemia em jejum, aumento do HDL-colesterol e redução da proteína-C reativa (marcador inflamatório). Importante frisar que esse estudo demonstrou, também, que as mulheres perderam gordura abdominal, o que é uma resposta fisiológica fundamental, pois a redução de 5 cm na circunferência da cintura está associada a uma redução nos fatores de risco metabólicos para mortalidade por todas as causas
As descobertas destacaram a importância de uma prática regular de atividades físicas, incluindo treino de força, o treino de alta intensidade, e treino combinado de força e aeróbio.
Concluiu-se que exercício físico é eficaz para combater os sintomas da menopausa, e a orientação de profissionais são essenciais para um envelhecimento saudável e funcional das mulheres.
Se ainda não iniciou essa rotina, está na altura de iniciar e relembro que deve sempre treinar respeitando a individualidade e, de preferência, com a supervisão de um profissional credenciado.
Bons Treinos
TREINAR COM PERSONAL TRAINER VS. TREINO SOZINHO
Um Estudo Comparativo de Resultados
A crença convencional de que o treino físico com um personal trainer (PT) pode ser mais eficaz para melhorar a aptidão física relacionada com a saúde do que o treino individual ganha destaque em discussões sobre exercício. No entanto, será que realmente obtemos resultados superiores ao treinar com um PT em comparação com o treino sozinho? Um estudo realizado por Storer, T. W., Dolezal (2014) explorou essa questão, fornecendo insights valiosos.
O estudo envolveu homens com idades entre os 30 e os 44 anos que eram membros de uma ginásio de fitness na Califórnia. Os participantes foram divididos em dois grupos: um grupo exercitou-se com a orientação de um PT, seguindo um programa de treino periodizado não linear (TREINADO, N = 17), enquanto o outro grupo seguiu um treino autodirigido (SELF, N = 17). Ambos os grupos treinaram três dias por semana ao longo de 12 semanas.
Os resultados revelaram diferenças significativas entre os dois grupos. O grupo TREINADO apresentou um aumento médio de 1,3 kg na massa corporal magra, em comparação com nenhuma alteração no grupo SELF. Além disso, o grupo TREINADO teve melhorias notáveis na força muscular numa repetição máxima (1RM), potência nas pernas (salto vertical) e capacidade aeróbica, todas superiores em comparação com o grupo SELF.
Este estudo é notável por demonstrar que num ambiente de ginásio, os participantes que treinam com a orientação de PT’s qualificados, que seguem protocolos de treino baseados em evidências, obtêm melhorias substanciais na massa magra e outras dimensões da aptidão em comparação com aqueles que conduzem o seu próprio treino. Portanto, os resultados sugerem que o treino com um PT pode levar a resultados mais positivos em termos de composição corporal, força muscular e capacidade aeróbica, ressaltando a importância de uma abordagem orientada por profissionais qualificados no campo do fitness.
DIETA VS EXERCICIO FISICO
Será que o Treino apenas influência o gasto de energia, no processo de perda de peso?
Um estudo de Allman et al. (2109) estudou a influência do exercício no corpo.
Os resultados revelaram aumento de 12,5% no gasto energético de repouso após o treino e aumento do uso de gorduras. Mas será este o dado mais significativo do estudo.
O estudo demonstrou que antes do treino o gasto energético provinha 80.81% das gorduras e 19.19% dos hidratos de carbono, e após o treino o gasto energético proveniente das gorduras aumento para 90.61% de gorduras e diminuiu para 9,39% dos hidratos de carbono. Ou seja, mais importante que o aumento da taxa de metabolismo basal, é uma maior utilização da gordura do corpo como fonte de energia na recuperação muscular e detrimento dos hidratos de carbono.
Por isso, como já tínhamos visto no artigo anterior, o exercício ajuda a aumentar o consumo de energia diário, ajuda a aumenta o metabolismo basal, e também ajuda a aumentar a oxidação de gorduras pelo organismo.
Imaginemos agora que deixamos de treinar e de fazer dieta, quais os benefícios que o treino deixou no organismo?