Futebol recreativo semanal ajuda a sermos mais saudáveis
O estudo recente realizado por Modena et al. (2023) trouxe à tona os benefícios da prática de futebol para a saúde cardiovascular de homens sedentários, com idade média acima de 40 anos. O estudo investigou os efeitos de uma ou dois jogos de futebol semanais num campo de relva sintetica, envolvendo 5 jogadores de campo e um guarda-redes em cada equipa.
A análise das partidas revelou que a média da frequência cardíaca atingiu cerca de 78% da frequência cardíaca máxima, um nível de intensidade raramente alcançado em atividades como corrida na passadeira. Isso sugere um compromisso cardiovascular substancial durante o jogo.
Os resultados obtidos ao longo de 12 semanas de prática semanal de futebol indicaram melhorias significativas na saúde dos participantes. Aqueles que jogaram futebol uma vez por semana alcançaram reduções nos níveis de colesterol total e LDL, além de uma melhoria na relação cintura-quadril e aumento do consumo máximo de oxigênio, indicativo de melhor capacidade cardiovascular. Além disso, houve uma tendência de redução de peso, que se tornou estatisticamente significativa para aqueles que participaram de duas partidas por semana.
O estudo enfatiza a importância da atividade física regular para a saúde cardiovascular, demonstrando que o futebol pode ser uma alternativa atraente para homens sedentários que procuram melhorar a sua saúde. Além dos benefícios para o coração, o jogo em equipa e a diversão podem tornar a atividade física mais prazerosa e motivadora. Portanto, incentivar os nossos pares, os nossos amigos e familiares a participar num jogo de futebol semanal pode ser uma estratégia eficaz para promover um estilo de vida mais ativo e saudável.
Importância da Aptidão Física na Saúde das Crianças: Alerta para um Futuro Saudável
A correlação entre aptidão física e saúde é um tópico cada vez mais relevante, especialmente quando consideramos as gerações mais jovens. Um estudo recente conduzido por Diaz et al. (2021) ilustra claramente como a aptidão física das crianças está diretamente ligada à sua saúde geral.
O estudo analisou crianças de 7 a 10 anos, avaliando não apenas a sua aptidão física, mas também a sua composição corporal e diversos marcadores de saúde. Os resultados revelaram uma descoberta surpreendente: crianças com maior aptidão física apresentavam pressão arterial mais baixa, maior resistência à insulina e um funcionamento aprimorado do fígado e rins. Estas descobertas demonstram que a aptidão física não se limita apenas ao desempenho atlético, mas tem um impacto profundo na saúde metabólica e órgãos vitais.
Uma conclusão alarmante do estudo é que jovens com baixa aptidão física enfrentam um risco quase quatro vezes maior de desenvolver doenças metabólicas antes dos 50 anos de idade. Além disso, aproximadamente 30% dos jovens com níveis significativos de obesidade podem enfrentar um futuro em que a independência é comprometida devido a condições de saúde debilitantes.
A conscientização sobre esses resultados é crucial para os pais e profissionais de saúde. Os pais devem entender a importância de estimular os seus filhos a praticar atividades físicas regulares desde cedo. A promoção de hábitos ativos não apenas influencia o bem-estar físico, mas também molda a saúde a longo prazo.
Os profissionais de saúde têm um papel fundamental na educação e orientação das famílias sobre a relação entre aptidão física e saúde. Eles devem estar preparados para comunicar eficazmente às famílias quais os benefícios da atividade física e incentivar a sua participação em atividades apropriadas para diferentes idades
O estudo de Diaz et al. reforça a ideia de que investir na aptidão física das crianças é investir no seu futuro saudável. Os resultados destacam a necessidade de esforços contínuos para promover a atividade física entre os jovens e garantir que eles cresçam com uma base sólida de saúde, para uma vida plena e independente.
Saiba o que o exercício físico pode fazer para reduzir os sintomas da menopausa
A menopausa acarreta a perda significativa de hormonas femininas, resultando em várias mudanças físicas e aumentando os riscos de problemas de saúde.
Este estudo Nunes et al. (2023) que abrangeu um total de 742 mulheres com sobrepeso e obesidade investigou como o treino de hipertrofia pode beneficiar mulheres na menopausa, identificando variáveis de treino para obter os melhores resultados. Os resultados mostraram que o treino resistido promoveu emagrecimento, melhoria da glicemia em jejum, aumento do HDL-colesterol e redução da proteína-C reativa (marcador inflamatório). Importante frisar que esse estudo demonstrou, também, que as mulheres perderam gordura abdominal, o que é uma resposta fisiológica fundamental, pois a redução de 5 cm na circunferência da cintura está associada a uma redução nos fatores de risco metabólicos para mortalidade por todas as causas
As descobertas destacaram a importância de uma prática regular de atividades físicas, incluindo treino de força, o treino de alta intensidade, e treino combinado de força e aeróbio.
Concluiu-se que exercício físico é eficaz para combater os sintomas da menopausa, e a orientação de profissionais são essenciais para um envelhecimento saudável e funcional das mulheres.
Se ainda não iniciou essa rotina, está na altura de iniciar e relembro que deve sempre treinar respeitando a individualidade e, de preferência, com a supervisão de um profissional credenciado.
Bons Treinos
Os Desafios da Perda de Peso Rápida: Vantagens ou desvantagens
O estudo conduzido por Isola et al. (2023) deixou dúvidas no ar sobre os efeitos da perda de peso rápida em competidores naturais de fitness e fisiculturismo. O acompanhamento desses atletas ao longo de 46 semanas, divididas em 23 semanas de perda de peso e 23 semanas de recuperação, ofereceu insights importantes sobre as estratégias nutricionais e os efeitos no corpo.
Homens e mulheres reduziram significativamente a ingestão calórica, cortando aproximadamente 34% e 38% das calorias que costumavam consumir. A ênfase foi dada à redução de carboidratos e proteínas. Paralelamente, o treino de musculação permaneceu constante, enquanto os exercícios aeróbicos aumentaram mais de 100%.
Os resultados em relação à composição corporal foram impressionantes. A percentagem de gordura caiu de maneira expressiva, de 15,7% para 5,6% nos homens e de 26,1% para 12,6% nas mulheres. No entanto, uma descoberta preocupante foi a perda de massa muscular, que superou os 10% em alguns casos.
Além disso, o estudo revelou um cenário menos otimista. A perda de peso rápida levou a uma redução no metabolismo de repouso, mesmo após ajuste pela massa magra. Essa diminuição foi acompanhada pela queda nos níveis de hormônio da tireoide e leptina (responsável pela saciedade), bem como pelo aumento da grelina (hormônio que estimula o apetite). Esses indicadores sugerem uma resposta negativa do corpo à perda de peso extrema.
Estas descobertas destacam a importância de abordagens de perda de peso mais sustentáveis e cuidadosas. A pressa em emagrecer pode trazer resultados visíveis no curto prazo, mas os efeitos adversos na saúde metabólica e a associação com mortalidade elevada demonstram que essa abordagem não é viável a longo prazo.
A mensagem que fica é a necessidade de priorizar mudanças comportamentais duradouras que respeitem a saúde e o equilíbrio do metabolismo. A procura pelo corpo desejado deve ser conduzida com sabedoria, cuidado e em consonância com as necessidades individuais.
Musculação como Aliada no Controle do Apetite e da Compulsão Alimentar
O controle do apetite é um desafio para muitas pessoas, sendo frequentemente acompanhado por compulsões alimentares que podem afetar a saúde e a estética. No entanto, estudos recentes ressalvam que a prática da musculação pode ser uma ferramenta valiosa nesse processo.
Liu et al. (2023) investigaram os efeitos de treinos com cargas altas e baixas na redução do apetite, identificando que ambos os tipos de treino contribuem para a diminuição dos níveis de grelina, um hormônio associado ao aumento do apetite, e para o aumento dos níveis de PYY, um peptídeo que reduz o apetite. Resultados semelhantes foram observados em indivíduos obesos por Ataeinosrat et al. (2022), especialmente em treinos intensos, como o treino intervalado ou de circuito.
De forma intrigante, Freitas et al. (2021) apontaram que treinos de todos que englobam todos grupos musculares têm um efeito mais pronunciado na redução do apetite quando comparados aos treinos focados em grupos musculares específicos. Isso pode ser atribuído ao aumento do stress metabólico e central gerado por esses treinos.
Assim, recomenda-se a musculação como uma estratégia para auxiliar no controle do apetite e combater a compulsão alimentar. Para otimizar os resultados, é aconselhável realizar treinos intensos que envolvam vários grupos musculares em uma mesma sessão. Além disso, a alternância entre exercícios de musculação e atividades aeróbicas, como corrida, bicicleta ou corda naval, também pode ser uma abordagem eficaz.
Em resumo, a musculação não apenas contribui para o desenvolvimento muscular, mas também desempenha um papel importante na regulação do apetite e na prevenção de compulsões alimentares. Incorporar treinos intensos e variados pode ser uma estratégia eficaz para promover um controle mais saudável dos hábitos alimentares e alcançar resultados satisfatórios tanto para a saúde quanto para a estética.
Sobrepeso na Meia-Idade: Um Alerta para o Risco de Diabetes e Hipertensão
Um recente estudo conduzido por Pereira et al. (2022) trouxe à luz uma importante associação entre o excesso de peso na meia-idade e o risco de desenvolver Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2) e/ou hipertensão arterial (HAS). O estudo teve como objetivo analisar essa relação e suas implicações para a saúde.
O estudo realizou avaliações em indivíduos aos 25 anos de idade e novamente cerca de 20 anos depois, quando a média de idade dos participantes era de 47 anos. Os resultados revelaram um quadro alarmante. A prevalência de obesidade e sobrepeso entre os participantes aumentou consideravelmente ao longo do tempo, passando de 38% aos 25 anos para 70% na segunda avaliação. Além disso, na segunda avaliação, 34,1% dos participantes foram diagnosticados com Diabetes ou Hipertensão.
Uma descoberta particularmente interessante foi a relação entre o sobrepeso e o risco de desenvolver DM2 e/ou HAS. Aqueles que tinham sobrepeso na segunda avaliação, mesmo que não tivessem sobrepeso aos 25 anos, apresentaram um risco 77% maior de serem diabéticos ou hipertensos em comparação com aqueles que tinham peso normal nos dois momentos avaliados. Por outro lado, aqueles que tinham sobrepeso aos 25 anos e conseguiram emagrecer eliminaram completamente o risco de desenvolver essas condições.
Os resultados demonstram que o sobrepeso na meia-idade está fortemente associado ao risco de DM2 e HAS, e a importância de adotar hábitos saudáveis ao longo da vida. O estudo destaca a necessidade de monitorar o peso e adotar medidas para prevenir o ganho excessivo de peso, especialmente na meia-idade, a fim de reduzir significativamente o risco de doenças metabólicas e cardiovasculares.
Em resumo, o estudo ressalta a importância de manter um peso saudável ao longo da vida, pois o sobrepeso na meia-idade pode aumentar consideravelmente o risco de desenvolver DM2 e HAS. Aqueles que conseguem emagrecer e manter um peso saudável podem colher os benefícios de um envelhecimento mais saudável e livre dessas condições crônicas.