Futebol recreativo semanal ajuda a sermos mais saudáveis

O estudo recente realizado por Modena et al. (2023) trouxe à tona os benefícios da prática de futebol para a saúde cardiovascular de homens sedentários, com idade média acima de 40 anos. O estudo investigou os efeitos de uma ou dois jogos de futebol semanais num campo de relva sintetica, envolvendo 5 jogadores de campo e um guarda-redes em cada equipa.

A análise das partidas revelou que a média da frequência cardíaca atingiu cerca de 78% da frequência cardíaca máxima, um nível de intensidade raramente alcançado em atividades como corrida na passadeira. Isso sugere um compromisso cardiovascular substancial durante o jogo.

Os resultados obtidos ao longo de 12 semanas de prática semanal de futebol indicaram melhorias significativas na saúde dos participantes. Aqueles que jogaram futebol uma vez por semana alcançaram reduções nos níveis de colesterol total e LDL, além de uma melhoria na relação cintura-quadril e aumento do consumo máximo de oxigênio, indicativo de melhor capacidade cardiovascular. Além disso, houve uma tendência de redução de peso, que se tornou estatisticamente significativa para aqueles que participaram de duas partidas por semana.

O estudo enfatiza a importância da atividade física regular para a saúde cardiovascular, demonstrando que o futebol pode ser uma alternativa atraente para homens sedentários que procuram melhorar a sua saúde. Além dos benefícios para o coração, o jogo em equipa e a diversão podem tornar a atividade física mais prazerosa e motivadora. Portanto, incentivar os nossos pares, os nossos amigos e familiares a participar num jogo de futebol semanal pode ser uma estratégia eficaz para promover um estilo de vida mais ativo e saudável.

Pausas de Natal em equipas de desportos coletivos. Parar ou Treinar

Um estudo de Martin Buchheit, publicado Int J Sports Physiol Perform 2015 teve como objetivo quantificar os efeitos fisiológicos, psicométricos e de performance de uma pausa de Natal de 2 semanas num clube profissional da Australian Football League.

Foram realizados testes fisiológicos, psicométricos e de performance nas semanas anteriores e posteriores ao intervalo.

Os resultados mostram que os jogadores regressaram de uma pausa de 2 semanas durante o Natal bem recuperados, preservando os níveis de força e aptidão cardiorrespiratória, apesar de pequenos aumentos na espessura das dobras cutâneas.

Conclusões e implicações práticas

Um intervalo de 2 semanas, provavelmente, permite que os jogadores se recuperem da fase anterior de treino intenso, sem nenhum efeito prejudicial na massa livre de gordura e no desempenho físico. O ligeiro aumento na espessura das dobras cutâneas é provavelmente corrigido após algumas semanas de treino, o que sugere que os resultados globais da pausa são muito positivos.

MÚSCULOS FRACOS AUMENTAM O RISCO DE LESÃO NO JOELHO?

É muito comum com a idade (e não só) o aparecimento de dores no joelho que podem estar associadas a lesões na cartilagem das articulações dos joelhos e dos tecidos circundantes, mas também a idade e o desgaste do dia a dia podem contribuir para isso. Estas dores denominam-se Osteoartrite.

Será que podemos evitar o aparecimento da Osteoartrite? Será que o exercício tem um papel importante na diminuição de risco da osteoartrite?

Uma meta análise realizada por Britt Elin Øiestad  et al, (2022), com estudos longitudinais com, pelo menos 2 anos de acompanhamento e cerca de 46.819 participantes, teve como objetivo verificar se havia associação entre a fraqueza muscular extensora do joelho e o risco de ocorrência de osteoartrite de joelho em mulheres e homens.

De acordo com os resultados, um homem com quadríceps fraco tem um risco 43% maior de desenvolver osteoartrite sintomática. Nas mulheres, os resultados foram piores, com aumento de 85% do risco.

Ou seja, pessoas com menos massa muscular têm mais risco de ter osteoartrite, como tal deve usar o exercício físico como estratégia preventiva para reduzir o risco do aparecimento de osteoartrite, e mesmo terapêutica para diminuir os sintomas e prevenir o seu aumento

Não tenha medo de realizar exercício físico, nunca é tarde para iniciar uma rotina de treinos/exercício físico, mas lembre-se que deve sempre treinar respeitando a individualidade e, de preferência, com a supervisão de um profissional credenciado.

HIIT VS TREINO AEROBIO

Qual o treino que beneficia mais a Saúde: HIIT ou Treino Aeróbio de Intensidade Moderada

Um estudo realizado por Fernando Gripp at, al (2021) em 22 indivíduos, investigou a saúde cardio metabólica de indivíduos com sobrepeso / obesos não treinados, em resposta a 8 semanas de HIIT (treino intervalado de Alta Intensidade) e Treino Aeróbio de Intensidade moderada (MCIT).

O treino de HIIT melhorou oito indicadores de saúde cardiometabólica (VO2max, IMC, gordura corporal, gordura visceral, pressão arterial sistólica, colesterol total, glicose em jejum e triglicerideos – p <0,05) enquanto MICT apenas três (VO2max, IMC e gordura visceral – p <0,05 ). Após 4 semanas sem treino, observou-se que quatro adaptações positivas do HIIT foram afetadas negativamente (VO2max, gordura visceral, pressão arterial sistólica e colesterol total – p <0,05) e três no grupo MICT (VO2max, IMC e gordura visceral, p <0,05).

O estudo concluiu que em oito semanas de HIIT realizadas em ambiente real promoveram um maior número de adaptações positivas na saúde cardiometabólica de indivíduos com sobrepeso / obesidade em comparação ao MICT. A maioria dos efeitos positivos do protocolo HIIT também foi considerada mais duradoura e mantida após a suspensão da corrida intervalada de alta intensidade por 4 semanas. Por outro lado, todos os efeitos positivos dos protocolos MICT foram revertidos após o término dos treinos.

O estudo demonstra que o treino HIIT tem mais benefícios não só durante a sua realização, mas também que os seus efeitos positivos são mais duradouros, quando os treinos são suspensos.

Relembro que deve sempre treinar respeitando a individualidade e, de preferência, com a supervisão de um profissional credenciado. Bons Treinos

Qual o melhor horário para treinar

Antes de analisarmos os resultados do estudo em causa devemos relembrar que o mais importante é treinar, ou seja, não faça do horário uma desculpa para não treinar, treinar quando puder, será sempre melhor do que não treinar.

O estudo de Chtourou & Souissi (2012) foca-se na performance física após o treino num horário específico do dia.  Neste estudo analisaram os efeitos do ritmo circadiano e verificaram que, no caso das atividades de alta intensidade e curta duração, o desempenho é menor durante a manhã (entre as 6 e as 10 horas) e máximo no período da tarde/noite (entre as 16 e as 20 horas), com as diferenças a situarem-se entre 3 e 21,2%. Em relação a atividades moderadas e de longa duração o estudo não demonstra uma grande alteração, diferenças de VO2Max de 1 a 3,8%.

Por isso, se faz treinos moderados e de longa duração não se preocupe com o horário que treina, pois a influência da hora do dia pouco ou nada influencia. Se faz treinos de alta intensidade e curta duração, de força e/ou potência o horário ideal será no final da tarde, início da noite.

Vou concluir da mesma forma que iniciei o artigo, o mais importante é treinar, mas, caso seja atleta competidor, principalmente, de desportos de grande intensidade e curta duração, poderá ter benefício em treinar no final da tarde, início da noite.

Lembre-se que deve sempre treinar respeitando a individualidade e, de preferência, com a supervisão de um profissional credenciado.

TREINO AERÓBIO EM JEJUM OXIDA MAIS GORDURA?

Este estudo teve como objetivo verificar o efeito do exercício aeróbico realizado em jejum vs. no corpo alimentado, sobre o metabolismo de gorduras e carboidratos em adultos. As conclusões avaliadas foram oxidação de gordura durante o exercício e as concentrações plasmáticas de insulina, glicose e AGNE antes e imediatamente após o exercício;

Concluímos que o exercício aeróbico realizado no estado de jejum induz maior oxidação de gordura do que o exercício realizado no estado alimentado. No entanto, as diferenças médias ponderadas de glicose e concentrações de insulina foram significativamente maiores para o exercício realizado no estado alimentado.

Vamos analisar melhor os dados do estudo em relação à maior oxidação de gordura durante o treino aeróbio em jejum. Os valores em causa são que quem treinou em jejum por cada 1hora e 10 minutos de treino gastam 2.6 gramas de gordura a mais do que aqueles que treinaram alimentando-se antes do treino aeróbio.

Ou seja, se treinarem todos dias 1 hora e 10 minutos durante 365 dias, nem chega a 1kg de gordura por ano a mais do que quem treinou alimentando-se antes. E é treino aerobio de intensidade média (75% da frequência cardiaca máxima).

Logo, é verdade que treinando em jejum vocês oxidam mais gordura, agora não me parece que valha o esforço por 2.6 gramas por dia.

O meu conselho: se gosta de treinar em jejum e se sente bem, faça-o. Mas não deve dizer que é porque “queima mais gordura”.

Lembre-se que deve sempre treinar respeitando a individualidade e, de preferência, com a supervisão de um profissional credenciado.

Outros estudos que pode consultar:

Pre-exercise feeding does not affect endurance cycle exercise but attenuates post-exercise starvation-like response

Body composition changes associated with fasted versus non-fasted aerobic exercise