Pausas de Natal em equipas de desportos coletivos. Parar ou Treinar

Um estudo de Martin Buchheit, publicado Int J Sports Physiol Perform 2015 teve como objetivo quantificar os efeitos fisiológicos, psicométricos e de performance de uma pausa de Natal de 2 semanas num clube profissional da Australian Football League.

Foram realizados testes fisiológicos, psicométricos e de performance nas semanas anteriores e posteriores ao intervalo.

Os resultados mostram que os jogadores regressaram de uma pausa de 2 semanas durante o Natal bem recuperados, preservando os níveis de força e aptidão cardiorrespiratória, apesar de pequenos aumentos na espessura das dobras cutâneas.

Conclusões e implicações práticas

Um intervalo de 2 semanas, provavelmente, permite que os jogadores se recuperem da fase anterior de treino intenso, sem nenhum efeito prejudicial na massa livre de gordura e no desempenho físico. O ligeiro aumento na espessura das dobras cutâneas é provavelmente corrigido após algumas semanas de treino, o que sugere que os resultados globais da pausa são muito positivos.

O Treino de Força nos Desportos Coletivos

A Força (do ponto de vista fisiológico) é a capacidade que o músculo tem de produzir tensão ao ativar-se. Treino de força (F) adequado é capaz de reduzir as lesões desportivas em um terço e em 50% as lesões de overuse (desgaste).

Os atletas necessitam de:

  • Um desenvolvimento muscular equilibrado para resistir às agressões provocadas essencialmente pela grande repetitividade das ações técnicas.
  • Qualidade na manifestação da força dinâmica.
  • Conservar um rendimento elevado durante todo o jogo.

Para tal podemos usar o treino de força em dois tipos de situações:

  • Para prevenção de lesões através de um treino de força geral ou “complementar”;
  • Específico das necessidades da modalidade, através de um treino de força específico;

Nos desportos coletivos de pavilhão as travagens bruscas e as rápidas mudanças de direção são uma constante no jogo portanto, as acelerações para aumentar a sua eficácia são importantes níveis de FORÇA GERAL E POTÊNCIA.

Alguns Aspetos a ter em conta no treino da FORÇA:

  • Fazer o treino de força em dias diferentes dos de resistência produz um maior incremento da força voluntária das pernas, em comparação com o treino de ambas as capacidades no mesmo dia numa só sessão.
  • O treino simultâneo de força e resistência aeróbica prejudica o ganho de força. Uma injustificada intensificação do trabalho aeróbico interfere com o desenvolvimento da força em mais de 20%, particularmente quando a força é medida a altas velocidades.
  • O treino complementar de Força (fora dos dias de treino) é um elemento de prevenção entre outros. Necessita de uma orientação individualizada e uma coordenação com o departamento de condição física. Deve ser aplicado permanentemente (carreira desportiva, plano anual, ciclo de treino) porque é prioritário.
  • Se querem adaptar o treino de força às necessidades de um desporto específico devem-se focar mais no trabalho de força geral e potÊncia, do que no treino hipertrofia.
  • Recomendo o uso de exercícios básicos isolados quando o objetivo principal é melhorar a ativação muscular e a hipertrofia, após ser atingida a hipertrofia inicial adequada e usar mais os exercícios integrados.
  • Podemos e devemos fazer trabalho de força fora do contexto treino, mas é essencial potencia-la e trabalha-la no treino integrado

O trabalho de força é importante e essencial nos desportos coletivos, seja na prevenção de lesões seja para desenvolver e potenciar capacidades motoras da modalidade em causa, necessita de uma orientação individualizada e uma coordenação com o departamento de condição física. Deve ser aplicado permanentemente (carreira desportiva, plano anual, ciclo de treino) porque é prioritário