A GORDURA VISCERAL será assim tão perigosa?
À medida que as pessoas passam para a meia-idade, a gordura corporal em relação ao peso corporal tende a aumentar – mais nas mulheres do que nos homens. À medida que a nossa cintura aumenta, também aumentam os riscos para a saúde.
A gordura abdominal, ou visceral, é particularmente preocupante porque é mais perigosa e acarreta mais problemas de saúde do que a gordura subcutânea.
A gordura visceral tem sido associada a:
- Distúrbios metabólicos e aumento do risco de doenças cardiovasculares e diabetes tipo 2.
- Nas mulheres, também está associado a alguns tipos de cancro: da mama, do cólon e do fígado.
- A gordura visceral bombeia substâncias químicas do sistema imunológico chamadas citocinas – por exemplo, fator de necrose tumoral e interleucina – 6 – que podem aumentar o risco de doenças cardiovasculares. Acredita-se que esses e outros produtos bioquímicos tenham efeitos deletérios sobre a sensibilidade das células à insulina, pressão arterial e coagulação do sangue.
- A gordura visceral está diretamente ligada ao colesterol total mais alto e ao colesterol LDL (mau), ao colesterol HDL (bom) mais baixo e à resistência à insulina.
Como se perde a gordura da barriga?
O ponto de partida para controlar o peso, em geral, e combater a gordura abdominal, em particular?
- Atividade física regular de intensidade moderada – pelo menos 30 minutos por dia (e talvez até 60 minutos por dia) para controlar o peso e perder a gordura da barriga.
- O treino de força (exercícios com pesos) também pode ajudar a combater a gordura abdominal. Exercícios pontuais, como abdominais, podem contrair os músculos abdominais, mas não atingem a gordura visceral.
- A dieta também é importante. Preste atenção ao tamanho da porção e reduza os hidratos de carbono, carboidratos simples e opte pelos complexos (frutas, vegetais e grãos inteiros) e a proteína magra em vez dos hidratos simples, como pão branco, massa de grãos refinados e bebidas açucaradas. Substituir as gorduras saturadas e gorduras trans por gorduras poliinsaturadas também pode ajudar.
Não existem tratamentos médicos para reduzir a gordura visceral, as recomendações científicas enfatizam que o estilo de vida, especialmente o exercício físico, é a melhor maneira de combater a gordura visceral.
Estar Sentado VS Exercício Fisico
Será que uma hora de atividade física elimina os efeitos prejudiciais de 8 horas de inatividade?
O excesso de sedentarismo tem sido associado a riscos elevados de várias condições crónicas e mortalidade. No entanto, não está claro se a atividade física atenua, ou mesmo se elimina, os efeitos prejudiciais de ficar sentado por muito tempo. O estudo de revisão sistemática publicado in the Lancet 2016, examinou as associações de comportamento sedentário e atividade física com todas as causas de mortalidade.
A conclusão desta meta-análise foi extraída de dados coletados em mais de 1 milhão de homens e mulheres, que comparou pessoas que passaram mais de 8 horas por dia sentados, e sem hábitos de atividade física, com os riscos semelhantes às pessoas que fumam ou são obesas.
O estudo concluiu que aquelas pessoas que não conseguem evitar estar sentadas mais de 8 horas por dia, seja devido ao seu trabalho, ou devido aos transportes para o seu trabalho, etc., se realizarem 60 a 75 minutos de exercício físico de intensidade moderada por dia, podem eliminar os riscos de mortalidade associados a esse tempo que permanecem sentados.
Se este é o seu caso (mais de 8 horas sentado por dia), é muito importante que realize exercício físico diário (intensidade moderada) para reduzir os riscos de mortalidade que esse comportamento provoca.
Se ainda não treina, está na altura e lembre-se que deve sempre treinar respeitando a individualidade e, de preferência, com a supervisão de um profissional credenciado.
Treino Resistência VS Treino Força
Resistência e Força podem ser desenvolvidas simultaneamente em atletas de elite?
Muito poucos desportos usam apenas resistência ou força. Praticamente todos os desportos requerem alguma combinação de resistência e força. Resistência e força podem ser desenvolvidas simultaneamente até certo ponto, porém, o desenvolvimento de um alto nível de resistência parece impedir o desenvolvimento ou a manutenção da força de massa muscular.
Essa interação entre resistência e força é chamada “concurrent training effect” (efeito do treino concorrente. Esta estudo de Keith Baar Sports Med. 2014 propõe estratégias para maximizar a força e a resistência no atleta de alto nível:
- Todas as sessões de treino de resistência de alta intensidade devem ser realizadas no início do dia. Um período de recuperação das últimas 3 horas deve ser dado antes que o exercício de resistência seja realizado para limitar a interferência molecular ao nível do músculo;
- O exercício de resistência deve ser apoiado por proteínas ricas em leucina, prontamente digeridas, o mais rápido possível após o treino para maximizar a síntese de proteína muscular (proteínas do soro).
- Como os exercícios de resistência são realizados no final do dia, torna-se ainda mais importante consumir proteínas imediatamente antes de dormir para maximizar a resposta sintética durante a noite.
- Reabasteça-se totalmente entre a sessão matinal de treino de resistência de alta intensidade e a sessão de resistência à tarde.
- Considere realizar o treino de força imediatamente após sessões de resistência de baixa intensidade e não esgotantes. Realizar uma sessão de força imediatamente após uma sessão de endurance de baixa intensidade resulta em um maior estímulo para a adaptação de endurance do que a sessão de endurance de baixa intensidade sozinha.
A força e a resistência podem ser desenvolvidas em atletas de alta competição, mas é preciso ter muito cuidado com o planeamento dos treinos e com as estratégias de recuperação.
Bons treinos e, para tal, lembre-se que deve sempre treinar respeitando a individualidade e, de preferência, com a supervisão de um profissional credenciado.
Nutrição VS Dores Musculares – Parte I
Será que a nutrição pode atenuar as dores musculares frequentes após os treinos?
Parte 1
Será a Proteína a Solução:
Suplementos proteicos são frequentemente consumidos por atletas e por indivíduos que praticam desporto de forma recreativa, embora a decisão de comprar e consumir suplementos proteicos seja frequentemente baseada em alegações de marketing ao invés de pesquisas baseadas em evidências.
Num estudo de Stefan M Pasiakos, et al. (2014),foi demonstrado que não há relação aparente entre a recuperação da função muscular e as classificações de dor muscular e marcadores substitutos de dano muscular quando os suplementos de proteína são consumidos antes, durante ou após uma sessão de exercícios de endurance ou resistência. No entanto, os efeitos benéficos, como redução da dor muscular e marcadores de dano muscular, tornam-se mais evidentes quando a proteína suplementar é consumida após as sessões diárias de treino.
Uma boa ingestão de proteína é fundamental na reconstrução e reparação do dano muscular, mas não tem um efeito muito visível no que diz respeito à dor propriamente dita.
Num próximo artigo vamos avaliar os seguintes alimentos: beterraba, romã, alimentos antioxidantes/anti-inflamatórios como citrinos, frutos vermelhos, couves, cenoura, pimentos, espinafres, batata-doce, abóbora, oleaginosas, e micronutrientes presentes nos alimentos como ácidos gordos ómega 3, creatina, entre outros.
Não percam o próximo artigo
SERÁ QUE A QUANTIDADE DE SONO QUE DORME É SAUDÁVEL?
SERÁ QUE A QUANTIDADE DE SONO QUE DORME É SAUDÁVEL?
O objetivo de uma revisão sistemática realizada por Chaput et al. (2020), que incluiu mais de 4 milhões de pessoas em 30 Países, foi examinar as associações entre o tempo de sono (por exemplo, hora de dormir / acordar, ponto médio do sono), consistência / regularidade do sono (por exemplo, variabilidade intra-individual na duração do sono, jetlag social, catch-up sono) e resultados de saúde em adultos com 18 anos ou mais.
Esta revisão revelou que a duração de sono associada a maiores benefícios foi 7-8 horas diárias e isso foi independente da idade, ou seja, funciona igual para adultos jovens e idosos.
Os dados revelam que dormir uma hora menos que o recomendado aumenta a mortalidade em 6%, enquanto dormir menos de 6 horas por dia causa aumento de 12%. Mas dormir demais também é problemático, com aumentos de 13 a 39% na mortalidade para quem dorme mais de 8 horas diárias. No geral, dormir menos e mais que o recomendado está associado ao aumento de risco de diversos problemas, como é o caso das doenças cardiovasculares (11 e 7%, para dormir pouco e muito, respetivamente), diabetes tipo 2 (9 e 14%), função cognitiva, saúde cerebral (como Alzheimer), quedas, marcadores de risco cardiometabólico e acidentes. Dou destaque, aqui, ao aumento de 38% na incidência de obesidade entre os que dormem menos que 6 horas diárias, enquanto o aumento foi de 8% para os que domem mais que 9 horas. Se você quer emagrecer ou conhece alguém que esteja a tentar , já parou para observar o seu sono?
A revisão conclui que, no geral, o tempo de sono posterior e maior variabilidade do sono estão associados a resultados adversos à saúde. No entanto, a evidência disponível não é capaz de fornecer metas claras a ser alcançadas. Assim, a hora de dormir mais cedo e a regularidade no sono, com horários consistentes para dormir e acordar, são recomendados para promover benefícios à saúde.
Ou seja, durma entre 7 /8 horas, deite-se cedo, seja regular e consistente nos horários de dormir e acordar, pois a sua saúde irá agradecer.
Bons Treinos e Bons Sonhos.
Alimentação VS Exercício Fisico
PARA PERDER PESO DEVO FAZER EXERCÍCIO FÍSICO, OU MUDAR A MINHA ALIMENTAÇÃO?
Para perder peso é necessário atingir um deficit energético negativo, ou seja, gastar mais energia do que aquela que ingerimos.
Uma meta análise examinou os efeitos das intervenções dietéticas e de exercícios na perda de peso e na composição corporal em mulheres com sobrepeso / obesas na peri e pós-menopausa.
Os resultados foram: “Ambos os grupos de intervenção dietética e de exercício tiveram perda de peso significativamente maior do que os grupos de controle” e “as intervenções dietéticas e de exercícios combinadas resultaram em maior perda de peso do que as intervenções dietéticas sozinhas”.
As intervenções dietéticas reduziram o peso corporal e os parâmetros do perfil de composição corporal em mulheres na peri e pós-menopausa mais do que apenas o exercício. A adição de exercícios reforçou o efeito das intervenções dietéticas na mudança do peso corporal e da composição.
A especialista Teresa Branco realça que “o exercício é uma ótima forma de perder, essencialmente, massa gorda, o que não significa que se perca peso, pois em regra há aumento de massa muscular com a prática de exercício físico”.
A melhor forma de perder peso é fazer alterações na sua alimentação de forma a atingir o deficit calórico e a comer de forma mais saudável, e fazer exercício não só com o objetivo de ajudar nesse deficit calórico mas sim para atingir todos os benefícios que o exercício físico nos oferece.
Lembre-se que deve sempre treinar respeitando a individualidade e, de preferência, com a supervisão de um profissional credenciado. E deixo o mesmo conselho em relação à alimentação.
Bons Treinos e boa alimentação