INFLUÊNCIA DA FREQUÊNCIA CARDÍACA EM REPOUSO E O RISCO DE MORTE

Frequência cardíaca em repouso (FCR) refere-se à quantidade de batidas que o nosso coração dá por minuto quando não estamos fazendo nenhum esforço físico.

Um estudo de revisão de Dongfeng Zhang (2023) avaliou 46 estudos, num total de mais de 1 milhão de pessoas. Ao longo dos anos de acompanhamento dos estudos, foram totalizadas 78 mil mortes por todas as causas e 26 mil mortes por doenças cardiovasculares.

Os resultados mostraram que o risco de morte por todas as causas e doenças cardiovasculares aumentou em 9% e 8%, respetivamente, para cada aumento de 10 batimentos por minuto da frequência cardíaca de repouso. Comparado com 45bpm (mínimo aconselhado), o risco de morte por todas as causas aumentou linearmente, mas houve um aumento significativo da mortalidade cardiovascular com 90bpm. O limiar (90bpm) foi associado à mortalidade cardiovascular.

Outro estudo de Dr Magnus Thorsten Jensen (2013) publicado na revista Heart monitorizou a saúde cardiovascular de cerca de 3.000 homens por 16 anos e descobriu que uma alta frequência cardíaca em repouso estava associada a uma menor aptidão física e maior pressão arterial, peso corporal e níveis de gordura no sangue.

Os investigadores também descobriram que, quanto mais alta a frequência cardíaca de uma pessoa em repouso, maior o risco de morte prematura. Especificamente, uma FCR entre 81 e 90 dobrou a possibilidade de morte, enquanto uma FCR maior que 90 triplicou.

Uma frequência cardíaca mais elevada em repouso foi independentemente associada a riscos elevados de mortalidade por todas as causas e cardiovascular. Isto indica que a frequência cardíaca em repouso é um prenunciador de mortalidade por todas as causas e cardiovascular na população em geral.

Sabia que …

Mulheres jovens têm tendência para ignorar sintomas de ataque cardíaco?

Um novo estudo da Universidade de Yale diz que as mulheres mais jovens tendem a ignorar os sintomas de ataque cardíaco.

Os investigadores descobriram que mulheres mais jovens podem ignorar ou rejeitar os primeiros sintomas de um ataque cardíaco iminente, como dor e tontura, e demoram a procurar atendimento médico de emergência.

O estudo analisou as experiências de mulheres da faixa etária 30-55 anos que foram internados com enfarte agudo do miocárdio, e os investigadores perguntaram como é que elas reagiram ao sentir os primeiros sintomas e quando é que decidiram procurar auxílio médico.

A conclusão do estudo diz que as mulheres não sabiam quais os riscos de sofrer um ataque cardíaco e não tomaram as medidas preventivas contra doenças do coração. Também se observou que nem todas as pacientes foram orientadas para fazer um hemograma completo quando chegaram ao hospital.

Por isso, é melhor tomar atenção aos sintomas de ataque cardíaco que são os seguintes: desconforto, dor no peito, desconforto na parte superior do corpo como braços, costas, pescoço, maxilar ou estômago e falta de ar que pode ocorrer com ou sem desconforto no peito. Outros sinais de sintoma de ataque cardíaco incluem náuseas e vómitos, tonturas, desmaio ou suores frios.

Caso sinta alguns destes sintomas telefone imediatamente para o 112.

Texto João Martins