Será que o exercício só nos traz benefícios físicos
Num mundo onde o conforto é palavra-chave, o exercício físico oferece uma rara oportunidade de praticar o oposto, desconforto.
Esforçar-se fisicamente ajuda a aprender como enfrentar situações desconfortáveis. Também fornece autocontrole e força de vontade (aptidão mental), ensinando-o a seguir em frente, mesmo quando seu cérebro lhe diz para parar.
Como resultado, a pesquisa mostra que as pessoas que aceitam e suportam desafios de exercícios tendem a ter um desempenho melhor em áreas difíceis, mas aparentemente não relacionadas, das suas vidas, como parar de fumar ou permanecer calmas durante os exames finais (auto controlo).
O exercício foi até chamado de hábito “fundamental” devido aos seus benefícios colaterais positivos. As pessoas que começam a fazer exercício reduzem o stress, o tabaco, o consumo de álcool e cafeína, aumentam a alimentação saudável e também administram melhor suas finanças.
Melhorar a sua capacidade física também ajuda a aprender como ver o stress como um desafio e fortalece seus laços sociais – para que possa promover os recursos internos necessários para enfrentar o stress de forma eficaz em todas as áreas da sua vida – e tornar-se uma pessoa mais resiliente no processo.
Por outras palavras, através do desporto de resistência, estamos aprendendo a ver-nos como alguém que pode escolher e envolver-se em coisas difíceis, superá-las e evoluir de maneiras consequentes.
Não é preciso ser um atleta de elite ou um “nerd” do fitness para colher os benefícios do exercício, faça algo que seja fisicamente desafiador para si.
Quando você estiver desenvolvendo a sua aptidão física, você está desenvolvendo aptidão para uma vida saudável e mais desafiante.
Nutrição Vs Dores Musculares Parte II
Será que a nutrição pode atenuar as dores musculares frequentes após os treinos.
Parte 2
Beterraba, Romã e Vitamina D
Um estudo de Tindaro Bongiovanni et. Al (2020)sobre “Intervenções nutricionais para reduzir os sinais e sintomas de lesão muscular induzida pelo exercício e acelerar a recuperação em atletas” comprovou que a toma pelos atletas de certas frutas como se fossem suplementos nutricionais, como a beterraba, a romã e outros que tenham mono hidratos de creatina e vitamina D, parecem ter um efeito profilático na redução das dores musculares induzidas pelo exercício físico devido ao seu teor rico em polifenóis pois conseguem atenuar a resposta inflamatória e melhorar a resposta antioxidante ao exercício.
Vitamina C
Num estudo de Natiele Camponogara Righi et. Al, (2020), tentou comprovar-se os efeitos da suplementação de vitamina C no stress oxidativo, marcadores inflamatórios, danos, dor e funcionalidade musculoesquelética após uma única sessão de exercício.
Nenhum efeito da suplementação de vitamina C foi encontrado na creatina quinase (CK), proteína C reativa (CRP), níveis de cortisol, dor muscular e força muscular.
Suplementar vitamina C com grandes doses (1 a 3g/dia), até pode ter um efeito agudo positivo na resposta inflamatória e stress oxidativo, mas sem grande efeito na diminuição da dor muscular e nunca deverá ser feito de forma crónica.
Creatina
A creatina pode ajudar na melhoria da performance e massa muscular e pode dar uma ajuda positiva na recuperação da força e função muscular, conseguindo melhorar a recuperação de glicogénio muscular.
Mas não influencia especificamente na redução das dores musculares induzidas pelo exercício físico.
Próximo artigo vamos revelar qual o mais recente “suplemento” nutricional para reduzir as dores musculares.
Cancro VS Estilo de Vida Saudável
O Risco de cancro pode diminuir para pessoas com um estilo de vida saudável?
Todos os anos cerca de 8 milhões de pessoas morrem de cancro. Em Portugal morrem 70 pessoas por dia com cancro o que significa que, em cada hora que passa, 3 pessoas morrem vítimas da doença.
Os dados são claros, quarenta por cento de todos os casos de doença oncológica podiam ser evitados com um estilo de vida saudável e com uma dieta adequada. A nutrição é essencial para prevenir o cancro, mas também para ajudar nos tratamentos.
O estudo que compara estes dados considera um estilo de vida saudável: não fumar, evitar beber ou apenas socialmente (uma bebida por dia mulheres, duas bebidas por dia homens), manter um IMC entre 18,5 e 27,5 e fazer exercícios semanais moderados por pelo menos 150 minutos ou exercícios vigorosos por pelo menos 75 minutos, de acordo com um novo estudo.
Essas descobertas reforçam a importância predominante dos fatores de estilo de vida na determinação do risco de cancro. Portanto, “a prevenção primária deve permanecer uma prioridade para o controlo do cancro”, concluem os autores.
Lembre-se sempre que deve sempre treinar respeitando a individualidade e, de preferência, com a supervisão de um profissional credenciado.
Bons Treinos
SPRINTS VS TREINO CONTINUO
SERÁ QUE OS SPRINTS OU O TREINO CONTÍNUO (como parte integrante do nosso processo de treino) TÊM INFLUÊNCIA NAS NOSSAS ESCOLHAS ALIMENTARES?
Beer et al. (2020) realizaram um estudo com o objetivo de perceber a influência que um treino de sprints intervalado (15 sprints a 170% da potência do VO2Max por 60s de intervalo) ou 30 minutos de treino contínuo (60% do VO2Max) têm no comportamento alimentar.
Os resultados deste trabalho destacam a necessidade de reconsiderar as diretrizes tradicionais de exercícios onde a ingestão alimentar é uma preocupação. O prazer da novidade foi maior durante os sprints em comparação com o treino contínuo. As análises revelaram que na alimentação realizada nas horas seguintes aos treinos, a quantidade de calorias ingeridas pelas pessoas que receberam apoio foi menor nos sprints do que no treino contínuo. O consumo de alimentos “menos saudáveis” também foi menor após os sprints, independentemente de receber ou não apoio. Nas pessoas que não receberam apoio, o consumo de calorias vinda dos snacks foi menor após os sprints. Segundo o estudo, uma das explicações pode estar na grelina (hormônio da fome), que reduzia após os sprints.
Podemos concluir que a inclusão dos sprints como parte integrante do processo de treino, pode influenciar as nossas escolhas alimentares. Mas lembre-se sempre que deve sempre treinar respeitando a individualidade e, de preferência, com a supervisão de um profissional credenciado.
Bons Treinos
Desempenho Académico Vs Aptidão Física
Será que existe uma relação entre aptidão física e desempenho académico?
Neste estudo de Kensaku Sasayama, et, al (2019), o objetivo foi examinar as relações transversais e longitudinais entre aptidão física e desempenho acadêmico entre adolescentes japoneses. Este estudo de grupo incluiu 1.189 alunos do sétimo e nono ano de duas escolas. O período de acompanhamento foi de 2 anos. Para avaliar a aptidão física dos participantes, foram realizadas provas de aptidão física envolvendo oito testes (hand-grip, sit-ups, sit and reach, salto side-to-side, corrida de vaivém de 20 m, “50 m dash”, salto horizontal de pé e lançamento de andebol). O desempenho académico, foi realizado nas disciplinas de Japonês, matemática e uma língua estrangeira (inglês).
Os resultados mostraram que possuir alta aptidão física nos dois testes (Sit-ups e corrida de 20 m) estava associado a um melhor rendimento nas disciplinas testadas, quando comparado com os alunos com más notas e baixa aptidão física. As correlações reforçaram que ter baixa performance em diversos testes estava associado a ter baixo desempenho na língua nacional, língua estrangeira e matemática.
Portanto, este estudo sugere que vários resultados de aptidão física estão positivamente associados a altos níveis de desempenho académico para crianças japonesas.
Deixa-nos uma questão, será ideal retirar tempo de atividade física para estudar, para a obtenção de melhores resultados académicos?
DE QUEM A CULPA DE EU NÃO CONSEGUIR PERDER PESO?
Vários estudos estimam que cerca de 40% da população está a tentar perder peso. Destes 40% de pessoas que tentam perder peso, apenas 20% conseguiram fazê-lo ao final de um ano. E, destes 20%, ao final de 5 anos apenas 19% conseguiram manter 10% de redução do peso corporal. Ou seja, apenas 5% da população é bem sucedida.
Sabia que cerca de 75 a 88% das pessoas dizem comer 30% menos calorias do que realmente comem (mais frequente em pessoas obesas)? Quando as pessoas fazem dieta, a diferença entre o que comem e o que acham que comem é ainda maior. E quanto mais restritiva a dieta, maior a diferença.
A manutenção da perda de peso a longo prazo é uma meta importante, mas muitas vezes difícil. As evidências desta revisão e de outras citadas na literatura mostram que a continuação da terapia com um profissional de saúde (personal trainer, nutricionista, e/ou ambos) é essencial para o sucesso da manutenção da perda de peso. Para apoiar a manutenção da perda de peso, as interações profissional de saúde/cliente devem incluir uma discussão sobre os objetivos do cliente, o fenômeno da recuperação do peso, pontos de decisão no comportamento de autocuidado e busca de ajuda e concluir com conselhos sobre auto-monitoramento, dieta e exercícios.
Todos sabem (por experiência própria ou por conhecimento por outras pessoas) que perder peso é muito difícil e requer muita força de vontade, mas um acompanhamento por um profissional de saúde formado é essencial. Como tal, se faz parte dessas pessoas que querem perder peso mas não conseguem sozinhos, não hesite, contacte-me, porque formação, experiência e casos de sucesso não faltam.
Seja saudável, a sua saúde é a sua maior riqueza.
Estudos, Br J Nutr.2007 Jun;97 ; J Am Diet Assoc.2006 Oct