Qual o melhor horário para treinar

Antes de analisarmos os resultados do estudo em causa devemos relembrar que o mais importante é treinar, ou seja, não faça do horário uma desculpa para não treinar, treinar quando puder, será sempre melhor do que não treinar.

O estudo de Chtourou & Souissi (2012) foca-se na performance física após o treino num horário específico do dia.  Neste estudo analisaram os efeitos do ritmo circadiano e verificaram que, no caso das atividades de alta intensidade e curta duração, o desempenho é menor durante a manhã (entre as 6 e as 10 horas) e máximo no período da tarde/noite (entre as 16 e as 20 horas), com as diferenças a situarem-se entre 3 e 21,2%. Em relação a atividades moderadas e de longa duração o estudo não demonstra uma grande alteração, diferenças de VO2Max de 1 a 3,8%.

Por isso, se faz treinos moderados e de longa duração não se preocupe com o horário que treina, pois a influência da hora do dia pouco ou nada influencia. Se faz treinos de alta intensidade e curta duração, de força e/ou potência o horário ideal será no final da tarde, início da noite.

Vou concluir da mesma forma que iniciei o artigo, o mais importante é treinar, mas, caso seja atleta competidor, principalmente, de desportos de grande intensidade e curta duração, poderá ter benefício em treinar no final da tarde, início da noite.

Lembre-se que deve sempre treinar respeitando a individualidade e, de preferência, com a supervisão de um profissional credenciado.

TREINO AERÓBIO EM JEJUM OXIDA MAIS GORDURA?

Este estudo teve como objetivo verificar o efeito do exercício aeróbico realizado em jejum vs. no corpo alimentado, sobre o metabolismo de gorduras e carboidratos em adultos. As conclusões avaliadas foram oxidação de gordura durante o exercício e as concentrações plasmáticas de insulina, glicose e AGNE antes e imediatamente após o exercício;

Concluímos que o exercício aeróbico realizado no estado de jejum induz maior oxidação de gordura do que o exercício realizado no estado alimentado. No entanto, as diferenças médias ponderadas de glicose e concentrações de insulina foram significativamente maiores para o exercício realizado no estado alimentado.

Vamos analisar melhor os dados do estudo em relação à maior oxidação de gordura durante o treino aeróbio em jejum. Os valores em causa são que quem treinou em jejum por cada 1hora e 10 minutos de treino gastam 2.6 gramas de gordura a mais do que aqueles que treinaram alimentando-se antes do treino aeróbio.

Ou seja, se treinarem todos dias 1 hora e 10 minutos durante 365 dias, nem chega a 1kg de gordura por ano a mais do que quem treinou alimentando-se antes. E é treino aerobio de intensidade média (75% da frequência cardiaca máxima).

Logo, é verdade que treinando em jejum vocês oxidam mais gordura, agora não me parece que valha o esforço por 2.6 gramas por dia.

O meu conselho: se gosta de treinar em jejum e se sente bem, faça-o. Mas não deve dizer que é porque “queima mais gordura”.

Lembre-se que deve sempre treinar respeitando a individualidade e, de preferência, com a supervisão de um profissional credenciado.

Outros estudos que pode consultar:

Pre-exercise feeding does not affect endurance cycle exercise but attenuates post-exercise starvation-like response

Body composition changes associated with fasted versus non-fasted aerobic exercise

Treino de Velocidade nos Desportos Coletivos

Várias definições de VELOCIDADE:

  • Velocidade (V) define-se tradicionalmente como a capacidade de executar ações motoras no mais breve tempo possível.
  • Jogador mais rápido será aquele que percebe, pensa e age mais depressa e melhor.
  • Poderíamos definir a Velocidade como a: capacidade da equipa/jogador resolver eficazmente, com elevado ritmo/cadência de intervenção as tarefas/objetivos próprias de cada fase/subfase do jogo.

Nos DC, a V deve entender-se numa perspetiva mais ampla, complexa e multifatorial, dependendo de aspetos organizativos ou táticos, relacionados com o ritmo/cadência que as equipas/jogadores operam para resolver, de forma coordenada, no tempo e no espaço, os problemas resultantes dos diferentes acontecimentos de jogo.

Treino de velocidade para desportos coletivos de pavilhão (por exemplo basquetebol ou futsal) deve focar-se em distâncias curtas, entre dez e quinze metros, com o objetivo de aumentar a potência e diminuir o número de passos para a respetiva distância (Boyle, 2012a; P. G. Weyand et al., 2000).

Aspetos a ter em conta no treino de velocidade

  • Saltos verticais e horizontais, tanto bilaterais como unilaterais, são ótimos meios de aprimorar a aceleração linear (Gonzalo-Skok et al., 2018; Wisloff et al. 2004).
  • Para desenvolver muscularmente a aceleração, exercícios de sobrecarga no sentido horizontal, exigindo ao atleta empurrar o chão para trás, são muito eficientes;
  • Para treinar a aceleração multidirecional, deve-se pensar em como as várias acelerações acontecem dentro do jogo, para que possamos estimular no treino o que será exigido no momento do jogo.

Em termos de periodização, o treino da velocidade varia consoante a faixa etária dos atletas. Entre os 13 e os 17 anos, deve manter-se a velocidade de reação, desenvolver-se o sistema energético, anaeróbio e alático e, gradualmente, implementarem-se programas de fortalecimento muscular. A partir dos 18 anos de idade, os jogadores devem ser capazes de utilizar a sua velocidade geral, apropriadamente, em jogo, desenvolvendo-a através de adaptações específicas conseguidas pelo treino de força (Teodor, 2018).

O treino de velocidade é muito importante em qualquer desporto coletivo (e mesmo individual), tem muitas variáveis a ter em conta e é necessário um bom planeamento para podermos retirar o máximo potencial dos atletas. Como tal, deve sempre treinar respeitando a individualidade e, de preferência, com a supervisão de um profissional credenciado

Exercício Físico e sintomas da MenoPausa, há ou não melhorias nos sintomas

Fale com uma mulher que esteja na menopausa e provavelmente ouvirá reclamações sobre calores, retenção de líquidos e incapacidade de perder peso, especialmente a gordura da barriga. Um novo estudo mostra como o exercício regular pode ajudar a reduzir o peso e controlar sintomas incômodos, como os calores, mesmo em mulheres que levavam estilos de vida sedentários.

A redução dos níveis de estrogênio e progesterona durante a transição da menopausa cria, geralmente, uma série de problemas de saúde física e mental que prejudicam a qualidade de vida geral da mulher.

Os resultados do estudo publicados online no jornal da The North American Menopause Society (NAMS) comprovaram que as participantes sentiram mudanças positivas na saúde física e mental a curto e longo prazo, incluindo melhorias significativas na aptidão cardiovascular e flexibilidade. Além disso, alcançaram reduções modestas, mas significativas no peso e índice de massa corporal e os seus calores foram gerenciados de forma eficaz. Esta é uma boa notícia especialmente para mulheres que evitam usar hormonas para controlar os sintomas da menopausa e procuram opções não farmacológicas seguras, mas eficazes, sem efeitos adversos.

“Cada vez mais evidências indicam que um estilo de vida ativo, com exercícios regulares, melhora a saúde, a qualidade de vida e o condicionamento físico em mulheres na pós-menopausa”, disse a Dra. Joann Pinkerton, diretora executiva da NAMS.

Esteja ou não na fase da menopausa, treine e faça exercício físico, os benefícios são, não só durante a fase da menopausa, como em qualquer outra fase. Lembre-se que deve sempre treinar respeitando a individualidade e, de preferência, com a supervisão de um profissional credenciado.

Bons Treinos

FACTO SOBRE A DOR LOMBAR

“80% das pessoas terão dores nas costas ao longo da sua vida “

Em cada dez pessoas, oito terão dores nas costas ao longo da vida, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Na maioria das vezes, essas dores não têm uma causa específica, mas também podem ser provocadas por hérnias discais, estenoses, tendinites, listeses, artrite reumatoide, entre outras doenças.

Crenças inúteis em torno da dor nas costas são abundantes na educação física, desporto, fitness, nas redes sociais, TV, etc. , o que reforça os maus hábitos e estratégias de gestão incorretas. Foi fortemente comprovado que as crenças inúteis levam a níveis maiores de dor, incapacidade, níveis mais baixos de produtividade, uso de opiáceos e excesso de medicação.

Um estudo de O’Sullivan et al 2019 focou-se nos factos e não nos mitos .

É sempre fácil focar nos mitos e por que eles estão errados, o mito é o centro das atenções dando-lhes mais atenção em vez de os dissipar.

Como tal, ficam aqui 10 factos sobre a dor LOMBAR:

  • Dor Lombar não é uma condição médica séria com risco de vida;
  • A maioria dos episódios de dor lombar melhora e a lombalgia não piora à medida que envelhecemos;
  • Uma mentalidade negativa, comportamento de evitar o medo, expectativas de recuperação negativas e comportamentos insatisfatórios de enfrentamento da dor estão mais fortemente associados à dor persistente do que a danos nos tecidos.
  • As radiografias não determinam o prognóstico do episódio atual de lombalgia, a probabilidade de deficiência lombar no futuro e não melhoram os resultados clínicos da lombalgia.
  • O exercício gradual e o movimento em todas as direções são seguros e saudáveis para a coluna.
  • A postura da coluna durante a posição sentada, em pé e ao levantar não prediz lombalgia ou a sua persistência.
  • Um “CORE” fraco não causa lombalgia, e algumas pessoas com lombalgia tendem a sobrecarregar seus músculos abdominais. Embora seja bom manter os músculos do tronco fortes, também é útil relaxá-los quando não forem necessários.
  • O movimento e a carga sobre a coluna são seguros e criam resiliência estrutural quando são classificados.
  • Os surtos de dor estão mais relacionados com mudanças na atividade, stresse e humor do que com danos estruturais.
  • O cuidado eficaz para a dor lombar é relativamente barato e seguro. Inclui: educação, que é centrada no paciente e promove uma mentalidade positiva e treinar as pessoas para otimizar a sua saúde física e mental (como por exemplo participar de atividades físicas e sociais, fazer exercício, ter hábitos de sono saudáveis e manter um peso corporal também saudável e permanecer no seu emprego).

Como podem ver, a dor lombar faz parte da nossa vida e não é nem um risco para a nossa vida nem deve ser um factor limitativo na nossa vida. E o exercício tem um papel fundamental para prevenir e melhorar a dor lombalgica.

Se ainda não faz exercício físico está na altura e lembre-se que deve sempre treinar respeitando a sua individualidade e, de preferência, com a supervisão de um profissional credenciado

Alongamentos estáticos VS alongamentos dinâmicos no aquecimento

O alongamento tem sido usado por muito tempo em muitas atividades físicas para aumentar a amplitude de movimento (ADM) ao redor de uma articulação.

Vários estudos registaram que os alongamentos estáticos provocaram (após uma única sessão de alongamento estático) reduções significativas na força voluntária máxima, potência muscular ou propriedades contráteis evocadas.

Neste estudo de Jules Opplert et, al. 2018 sobre os efeitos do alongamento dinâmico no desempenho muscular subsequente, foi encontrada uma quantidade substancial de evidências apontando os efeitos positivos na ADM e no desempenho subsequente (força, potência, sprint e salto). A maior ADM seria atribuída principalmente à redução da rigidez da unidade músculo-tendão, enquanto a melhoria do desempenho muscular seria atribuída aos mecanismos relacionados com a temperatura e a potenciação causados pela contração voluntária associada ao alongamento dinâmico. Portanto, se o objetivo do aquecimento é aumentar a ADM articular e aumentar a força e / ou potência muscular, o alongamento dinâmico parece ser uma alternativa adequada ao alongamento estático.

Ou seja, a escolha de alongamentos no aquecimento vai depender do objetivo, mas, de uma forma geral, este estudo e eu aconselhamos o uso de alongamentos dinâmicos como a melhor solução para os seus aquecimentos.