ABDOMINAL TODOS DIAS?

DEVEMOS REALIZAR EXERCÍCIOS ESPECÍFICOS DE ABDOMINAL TODOS OS DIAS DE TREINO?

Num estudo realizado por Ren Kohiruimaki et, al. (2019), testaram durante 8 semanas a hipertrofia muscular no exercício flexão. Os resultados demonstraram uma hipertrofia dos tricípites de 16%, mas foi ao nível do abdominal a maior surpresa, a espessura do oblíquo externo aumentou 14% e o reto abdominal aumentou 27%. Esses resultados sugerem que o treino de flexão pode aumentar o tamanho não apenas dos membros superiores, mas também dos músculos abdominais, provavelmente atribuível a altas atividades musculares durante o exercício; no entanto, isso não melhora necessariamente a força máxima após o treino.

Quer dizer que devemos dispensar o treino de abdominal específico? Não, mas se calhar devemos ter cuidado onde o colocamos ao nível do treino para não comprometer a sua recuperação muscular, neste caso não seria o ideal, após um treino onde fizéssemos muitas flexões, no dia a seguir treinar abdominal específico, pois o tempo de descanso seria pouco para uma recuperação total.

Bons treinos e lembrem-se que o mais importante é fazer exercício físico de forma correta, bem planeada e com supervisão.

IMC VERSUS MASSA GORDA E MASSA MUSCULAR

SERÁ QUE DEVEMOS DESCUIDAR OS VALORES DO IMC, INDEPENDENTEMENTE DOS “BONS” VALORES DE GORDURA E MASSA MAGRA?

Vários estudos demonstram que o IMC é tão importante como os níveis de massa magra e massa gorda.

No estudo de Benjamin H Colpitts et, al. 2020, manter um IMC abaixo de 30 kg / m2 parece ser clinicamente relevante, independentemente dos níveis de massa magra.

Outro estudo de Francisco B Ortega et, al 2016, afirma que o “Índice de massa corporal, é uma medida padrão de critério da gordura corporal total o que é um indicador melhor da mortalidade por doenças cardiovasculares”

Quem tiver um IMC acima de 30, independentemente de elevados níveis de massa magra mantem o risco cardio metabólico. Então, manter um IMC abaixo de 30 kg / m2 parece ser clinicamente relevante, independentemente dos níveis de massa magra.

Analisando estes estudos é importante deixar a mensagem que o IMC é importante como critério de análise de aumento de peso, ou seja, massa muscular e gordura são valores importantes sim, mas não devemos deixar de analisar o IMC e a sua escala.

PROTEÍNA WHEY VERSUS LEITE

TAXA DE AMINOÁCIDOS ABSORVIDA PELO NOSSO ORGANISMO. SERÁ MAIOR NO LEITE OU NO SUPLEMENTO DE WHEY?

A suplementação criou uma inversão de valores. Os alimentos passaram a ser vistos como algo incompleto e os compostos artificiais como versões melhoradas da comida. Por exemplo, na escolha de proteínas, a crença é que o suplemento será mais eficiente a elevar os níveis de aminoácidos. Um estudo recente, Gorissen et al. (2020) analisou as respostas nas 5 horas seguintes à ingestão de caseína, whey e proteína concentrada do leite em mais de 600 pessoas. O estudo avaliou a taxa de aparição de aminoácidos no sangue para estimar a quantidade que é efetivamente digerida e absorvida, para ser usada pelo músculo, por exemplo. Os resultados revelaram que a taxa foi de 45% para a caseína e 57% para whey. Mas a campeã foi a proteína do leite, com 67%!! Ou seja, dois terços do que se ingere fica disponível para utilização!! A whey teve uma ação mais rápida, no entanto, os aminoácidos aparecem rápido e desaparecem rapidamente do sangue, o que deixa o saldo de 5 horas mais baixo. Nem sempre os suplementos são a opção com mais resultados, podem ser boas opções, mas a comida continuar a ser sempre a melhor opção não só pela capacidade que tem em fornecer os Macronutrientes, mas também as vitaminas minerais, etc.. Por isso alimente-se bem, de forma saudável, equilibrada e de acordo com os seus objetivos e necessidades, e opte por suplementos só em último caso e, de preferência, com supervisão.

Gorissen et al. (2020)

TREINO FORÇA VERSUS TREINO CARDIOVASCULAR EM DOENÇAS CARDIACAS

O TREINO DE FORÇA OU TREINO CARDIOVASCULAR QUAL DELES TEM MELHORES RESULTADOS NA REDUÇÃO DO DESENVOLVIMENTO DE DOENÇAS CARDÍACAS.

Cientistas analisaram os registos de saúde de mais de 4.000 pessoas e concluíram que, embora ambas as formas de exercício reduzam o risco de desenvolver doenças cardíacas, “atividades mais estáticas” como levantamento de peso ou flexões têm um efeito mais intenso no gasto de oxigénio, do que uma quantidade equivalente de exercícios dinâmicos como corrida, caminhada ou ciclismo.

Os investigadores analisaram os fatores de risco cardiovasculares, como hipertensão, sobrepeso, diabetes e colesterol alto, em função da atividade estática e / ou dinâmica. Este estudo foi realizado a 4.086 adultos americanos.

Então, os investigadores ajustaram a idade, etnia, sexo e tabagismo e estratificaram por idade, 21 a 44 anos ou mais de 45 anos. No total, 36% dos mais jovens e 25% dos adultos mais velhos participam em atividades estáticas, 28% dos mais jovens e 21% dos adultos mais velhos praticam atividades dinâmicas.

Os investigadores descobriram que o envolvimento em qualquer tipo de atividade estava associado a taxas 30% a 70% mais baixas de fatores de risco para doenças cardiovasculares, mas as associações eram mais fortes para atividades de força e nas idades mais jovens.

O professor Smith disse: “Uma conclusão interessante foi que tanto a atividade de força como a dinâmica eram quase tão populares em pessoas mais velhas quanto mais jovens. Ele acredita ” que isso dá aos médicos a oportunidade de aconselhar os seus pacientes mais velhos para que eles se encaixem perfeitamente no ginásio ou no treino ao ar livre: “O importante é ter a certeza que eles estão praticando atividades físicas.”

O professor Dr. Maia Smith, que liderou a pesquisa na St George’s University, em Granada, disse: “Tanto o treino de força como a atividade aeróbica são saudáveis para o coração, mesmo em pequenas quantidades”. Os médicos devem aconselhar os pacientes a se exercitarem independentemente do tipo de atividade estudada, pois ambos os tipos de atividades foram benéficos.

Em jeito de conclusão: o mais importante é fazer exercício físico, pois qualquer tipo de exercício físico por si só irá diminuir o risco de doenças cardiovasculares. Mas perceber que o treino de força tem mais benefícios que o treino cardiovascular, é outro aspeto muito importante deste estudo, é que os dois tipos de treinos foram do agrado de várias idades, ou seja, não devemos aconselhar treino de força só porque se é jovem ou treino cardiovascular só porque se é mais velho (um estigma muito utlizado hoje em dia) ou vice-versa. O tipo de treino não tem a ver com a idade, tem muito mais a ver com o gosto. Por isso, independentemente da idade, faça exercício físico e opte por aquele que mais gosta, de preferência, com supervisão de o treinador especializado.

Estudo LIMA, PERU (Nov 16, 2018)

DOR LOMBAR CRÔNICA versus TREINOS DE ALTA INTENSIDADE

SE TEMOS DOR LOMBAR CRÔNICA OU SÓ DOR LOMBAR DEVEMOS EVITAR TREINOS DE ALTA INTENSIDADE?

A intensidade do exercício é importante na reabilitação crónica não específica da dor lombar. O treino de alta intensidade mostrou ser uma modalidade de terapia viável, bem tolerada e eficaz no tratamento para dor lombar crónica inespecífica. A pontuação na escala de incapacidade reduziu mais do que o dobro para o treino intenso (14,6% vs 6,2%) e a escala de dor também teve resultados melhores, pois foi superior para os treinos mais intensos (56% vs 39%).

Além disso, mostra maiores melhorias na incapacidade e capacidade de exercício, do que a terapia de exercício semelhante realizado em intensidade moderada.

Por isso, se tem dor nas costas não só não deve evitar o exercício físico mas também deve executa-lo em intensidades altas, embora sempre com supervisão.

https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/31269004/

NÃO DESCANSAR/DORMIR BEM INFLUÊNCIA PERDA PESO

SERÁ QUE NÃO DESCANSAR/DORMIR BEM PODE INFLUENCIAR OS RESULTADOS NUM PROCESSO DE PERDA DE PESO/GORDURA?

O estudo de Arlet V Nedeltcheva et al. (2010) demonstra que “a falta de sono suficiente pode comprometer a eficácia das intervenções dietéticas típicas para perda de peso e redução do risco metabólico relacionado”.

O sono contribui para a manutenção da massa corporal livre de gordura em momentos de diminuição da ingestão de energia. Ao dormir “mal”, podemos perder músculo e ganhar gordura, independentemente de treinarmos ou fazermos uma dieta equilibrada. Este estudo demonstrou que a restrição do sono (pouco mais de 2 horas de sono) reduziu a perda de gordura em 55% e aumentou a perda de massa magra em 60%. Também promoveu um aumento do apetite, redução do metabolismo e diminuição da oxidação da gordura em repouso.

Resultados: não é só treinar e comer bem, é também necessário um estilo de vida saudável, e está mais do que comprovado que dormir bem é essencial para esse estilo de vida.

Estudo Arlet V Nedeltcheva et al. (2010)